Ter ter ter… uma grande frustração!

 

Estamos vivendos tempos onde o “ter” em muito já supera o “ser”. Onde o ganhar supera o conquistar e por aí vai, até que tenhamos uma grande parcela de frustrados, que ignoram o que são em detrimento do que não tem ou o inverso: supervalorizam tanto o que tem que nem se preocupam em ser alguma coisa. O que importa é o status, a aparência, a casca.
 
Dia desses, me criticaram por eu não andar maquiada, de cabelo “alisado”, de salto alto, pois “seria melhor para minha imagem”. Eu acredito que esse negócio de imagem só impressiona quem supervaloriza a mesma e agradar a essa gente, sinceramente, não me interessa. 
 
Tenho visto pais se esforçando além dos seus limites para proporcionar aos filhos tudo o que for possível para lhes dar uma boa imagem: roupas de marca, celular do último modelo lançado, e por aí vai… mas tenho visto poucos fazendo o mesmo esforço para passar valores humanos.
 
Tenho visto mulheres gastando dinheiro que não possuem para serem “ bonitas” e corresponder aos estereótipos de beleza da mídia, mas poucas são as que pegam um livro para ler.
 
Adolescentes completamente frustradas porque não são magras, ricas, e populares, acreditando que isso seria a felicidade!
 
Homens completamente idiotas, arrogantes, tratando as pessoas como lixo, para terem a ilusão de serem poderosos.
 
As pessoas querem se aproximar daqueles que ostentam, para parecerem importantes, sentem vergonha de amigos e familiares que não são “glamourosos”, querem ser vistas na companhia de gente “importante”, querem ter isso, ter aquilo… Mas poucos se preocupam com o que são, com os valores que estão passando a diante, em quais critérios estão usando para julgar as pessoas. 
 
Claro que isso só pode gerar uma imensa frustração, pois ninguém consegue ser rico, belo, glamouroso, inteligente, desejado, admirado, ter uma casa maravilhosa, um carrão do ano, amigos perfeitos, um relacionamento perfeito… E isso não deveria ser vergonha para ninguém, mas é. 
 
Esta sociedade só vai evoluir de verdade em termos de qualidade de vida e de indivíduos satisfeitos, quando as pessoas aprenderem a ser verdadeiras, a valorizar suas qualidades, sua individualidade, a saberem que a beleza está justamente na singularidade de uma pessoa, que a felicidade está no conforto e não no luxo e principalmente que, quando você estiver sozinho, você tem que ser uma boa companhia para si mesmo e isso só se consegue estando em paz com quem você é, não com o que você tem.