Segurança pública

Estamos em época de eleições. Planos de governo elaborados pelos candidatos e coligações começam a surgir. Assim, voltaremos a ler nas manchetes de jornais sempre as mesmas prioridades: educação, saúde, emprego, segurança e meio ambiental. Mas o que importa, em todo esse cenário eleitoral, é que os candidatos tenham discursos e propostas interessantes e que sejam capazes de cumpri-las.

Ao refletir todas as preocupações em ano eleitoral, é importante debater sobre alguns pontos. Por exemplo: saúde pública. A cada dia o cidadão fica mais descoberto, sem acesso, carente de um serviço. Quando se fala em saúde no Brasil, percebe-se que não se resolve a questão da Emenda Constitucional nº29. Já se passaram anos e anos e nada é solucionado. São muitos hospitais públicos com problemas. E problemas crescentes! Basta ligar o televisor ou ler um jornal. As reclamações são as mesmas, sempre a precária questão da saúde pública.

Na educação não é nada diferente. O acesso as melhores instituições de ensino está aquém dos menos favorecidos. Muitos acabam em escolas fragilizadas, sem as mínimas condições de uso. A estrutura é sempre precária, não há manutenção. Os profissionais são pouco valorizados, falta preparo.

Infelizmente, não existe, neste país, uma valorização da classe mais carente, e isso é incompreensível. O modo de vida desta classe, interfere diretamente na garantia de uma melhor segurança pública. O cidadão precisa de melhores condições de vida para se sentir um cidadão. Depois de tantos discursos plausíveis, a situação continua problemática. Cada vez mais fica difícil esperar dos nossos candidatos a possibilidade de se ter, futuramente, um ambiente saudável, sustentável e com segurança.

Quando se fala em segurança, remetemos logo à imagem do combate ao tráfico de drogas no nosso país. O Brasil tem 16,8 quilômetros de fronteiras com outras nações consideradas importantes no esquema do narcotráfico. É o caso do Paraguai, da Bolívia e da Colômbia. O governo federal tem o Plano Integrado de Enfrentamento do Crack. Com ele promete criar 11 bases nessas regiões, com a finalidade de impedir a entrada de drogas no país.

Acredita-se ser boa a ação. Mas o fator principal de toda essa relação preocupante é que enquanto os traficantes não se desinteressarem por este comércio bastante lucrativo, será difícil o combate ao narcotráfico. As políticas públicas precisam ser prioridades dos governos. Se continuarmos a tapar o sol com a peneira, isto é, pensar em construir isto e aquilo sem priorizar o tratamento da saúde do cidadão, a oferecer melhores condições sociais às pessoas, as dificuldades de combater, em específico o uso do crack, continuarão a crescer, assim como aumentarão, descontroladamente, os problemas sociais em nosso país.