Segurança: evoluçao e prática de concepções

 

O combate à violência passa pela evolução e prática de duas concepções essenciais:
1º. Segurança não é questão apenas de repressão, como querem alguns. A repressão é fundamental para que o bandido e o candidato a sê-lo não tenham dúvidas de que o malfeito terá consequências. A impunidade e a palavra “menor” são fortes motivadores de transgressões. Mas tão importante, ou mais, que reprimir e prevenir. Tomar atitude depois de o fato estar consumado é  mais caro e pode custar vidas. A matemática não deixa dúvidas: Se se investe 1 para educar, gasta-se 2 para reeducar e 3 se tiver que prender e manter o indivíduo preso. É, portanto, demonstração de pouca inteligência não investir em prevenção, qualquer que seja o  aspecto da vida humana.
 
2º. Segurança não é problema apenas das polícias, como muitos desejam. Elas têm sim a responsabilidade de manter a ordem, usando a força, se necessário. Se assim não for, gangues armadas aterrorizarão(m) e dominarão (m) territórios e pessoas, colocando-os a seus serviços, como já acontece em diversas cidades brasileiras e do mundo. 
 
Mas tão importante quanto as polícias – raras por aqui -, os cidadãos e demais setores da sociedade também são responsáveis pela segurança. Analisemos…
Os que usam drogas, por exemplo, financiam o tráfico e as armas, responsáveis por 90% da criminalidade. 
Famílias e escolas que não vivenciam valores e limites contribuem para criar pessoas de difícil convívio social.
 
Setor público que: a) juntamente com o setor privado, não oportuniza escola, trabalho e lazer para os jovens, fragiliza-os diante da sedução das drogas; b) não faz cumprir as leis que disciplinam horário de funcionamento de bares e similares, de menores nas ruas, de uso de capacete em estabelecimentos comercias, consente a prática  do “tudo é possível”; c)  permite ocupações desordenadas, facilita o esconderijo de meliantes; d) não instala clínicas para tratamento de dependentes químicos, mantém  o ciclo vicioso ; e)  não reordena os serviços governamentais e não governamentais, com foco nas informações criminais e sociais, mantém ações paralelas e desperdícios dos parcos recursos; f) não cria cadastro de perfil individual da população, por bairro,  facilita o trânsito dos meliantes;  
 
Legisladores que não mudam leis que permitem ao traficante passar por usuário, ao preso não permanecer detido, ao menor que comete crime não ser preso e não poder trabalhar, incentivam a bandidagem. 
 
Polícias que não tiverem seus efetivos e frota aumentados, salários melhorados, conflitos de competências superados, informações sociais e criminais centralizadas e câmeras de segurança instaladas, inclusive nos bairros, conquistando mais confiança da comunidade, terão desvantagens no combate ao crime.  
 
Justiça, que não for mais ágil, contribuirá para a superlotação carcerária.
Presídios que não bloqueiam sinal do celular, não monitoram conversa de presos com familiares e advogados, que não permitem que detentos estudem e trabalhem, farão com que saiam pior do que entraram, em vez de ressocializá-los.
 
Consumidores de produtos que patrocinam programação de baixo nível incentivam a baixaria na TV.
Se cada um fizer a sua parte, se todos se ajudarem e exigirem-se entre si, poderemos legar um futuro menos aterrador às próximas gerações.