Respeito ao diretório

Não sou contra a pré-convenção do PMDB, para tanto que me inscrevi. Sou contra o alijamento do diretório das decisões preliminares importantes e o atropelamento na data por impedir as discussões. Justificam que a pré-convenção é para “facilitar coligações”.

E quando o diretório se reuniu para decidir se quer ou não coligação e com quem? Há um grande número de peemedebistas que, escolados de outras coligações – de ganhar e não levar -, defende chapa pura com apoio de outros partidos, como fizeram Luiz Henrique e Eduardo Moreira, Paulo Afonso e José Augusto Hülse.

O diretório, na verdade, já foi atropelado. Esta decisão já foi tomada a sua revelia, conforme informou Júlio Cancelier, assessor do deputado Genésio de Souza Goulart, no jornal A Crítica, do dia 26 de janeiro: “Para os peemedebistas a indicação de um democrata para a secretaria de desenvolvimento regional em Tubarão sempre esteve condicionada ao apoio ao candidato a prefeito do PMDB”.
Repito, jamais o diretório foi reunido para decidir sobre troca na SDR e, muito menos, sobre apoio à prefeitura. Decidiram e usaram indevidamente o nome do diretório sem que este tenha decidido coisa alguma. Para que diretório?

Para não haver tempo e oportunidade para que o diretório pudesse discutir e decidir, 1) a pré-convenção está marcada para ocorrer três dias depois do retorno do Carnaval, e 2) sem que este tenha se reunido uma única vez este ano.
O edital que oficializa a convocação foi publicado nos jornais no sábado de Carnaval. Data em que as atenções estão voltadas para as festas de Momo. Mandaram a minha convocação para a câmara de vereadores no dia 7 de fevereiro.

Outros convencionais a estavam recebendo no dia 11 de fevereiro, quando a inscrição, pela própria convocação, encerra dia 12, e, a votação é dia 14.
Não sou apenas pré-candidato. Merecemos, no mínimo, respeito. Esta prática do afogadilho, de dificultar a informação, as discussões e do desrespeito às instâncias constituídas, como no caso o diretório, não pode ser a prática do PMDB.

O AI-5 também era legal, mas o MDB ganhou a confiança da população combatendo-o por este cercear as liberdades individuais e coletivas, impor a censura e criar as condições para que pessoas fossem torturadas, exiladas e até assassinadas. O PMDB não pode adotar a mesma prática obscurantista da ditadura militar que tanto combateu.