Pessoas e animais: relacionamento amigável, porém, ameaçador

Uma situação extremamente delicada e que vem se arrastando há alguns anos. Por mais que passe o tempo, continua intrinsecamente gerando incerteza e ameaçando a saúde dos cidadãos, principalmente quem vive nos centros urbanos. Uma matéria que vez por outra volta à tona, pelo visto, sem nenhuma solução em curto prazo, pela apatia da resolução, refere-se aos milhares de cães soltos nas ruas (abandonados) que vão continuar a se multiplicando aos olhares impassíveis de poucos e pateticamente de boa parte do povo. A quem cabe esta responsabilidade? Ao poder público ou aqueles que depositam como objeto descartável e insignificante, nos logradouros das cidades, estes pobres e indefesos seres irracionais? Sem intenção de defender uns, tampouco acusar outros, o fato é que não se pode mais tratar este tema com menosprezo e como mais um simples e mero problema da sociedade. Isto é bem mais sério do que se possa imaginar.

Não é preciso ser muito inteligente para saber que não é normal e nem admissível alguns animais estarem estreitamente em convívio com as pessoas, nessas condições, perambulando por tudo quanto é canto fora de acompanhamento e qualquer controle zootécnico. Os vira-latas, em sua maioria, possuem comportamento esquisito, violento e todos são portadores de algum tipo de doença, diga-se, perigosíssima, comprometendo o bem-estar físico e até psíquico do ser humano. Está em jogo também, logicamente, a questão de segurança e da própria saúde pública.

Nos municípios onde a incidência é maior, governos e organizações não-governamentais (ONGs) tentam, através de acordo técnico/social, encontrar uma solução pacífica para este complexo caso. Reúnem-se, periodicamente, porém, nenhum desfecho razoável acontece. Construir canil ou implantar o centro de controle de zoonoses como se comenta pode trazer um alento para o polêmico fato, mas não vai solucionar de vez o problema. Mesmo porque custaria muito caro para a municipalidade manter uma estrutura deste porte. Neste caso, observando a necessidade da população que sequer muitos dos bairros ainda não possuem unidade básica de saúde, sem contar a frequente falta de medicamentos e o precário atendimento médico nas existentes, isto causaria desconforto para qualquer gestor público.

Se ocorresse, seria uma verdadeira transformação na ordem dos termos de prioridade. Diante do exposto, ponderando-se a necessidade premente das pessoas, então, qual seria a melhor maneira de amenizar a matilha ambulante que infelizmente está aos montes à solta por toda parte? Em primeiro plano, posso ser aqui mal interpretado por esta ideia fora da tendência espiritual e, por via de regra, convencional. Que me perdoem os defensores e protetores dos direitos dos animais, mas a alternativa de momento é fazer a supressão da população canina, para, posteriormente, reorganizar o que nunca efetivamente foi exigido por lei. Aí, sim, com o comprometimento da sociedade e uma política rígida das autoridades que “por ora” pouco fazem (ou quase nada) será o caminho viável para resolver tal pendência que aflige diretamente a todos. Uma coisa é certa: essa intolerante disritmia tem que acabar.