O reequilíbrio catarinense

A mais contundente prova do êxito da descentralização é a contínua redução do inchaço das cidades litorâneas que mais cresciam na década 1990/2000. Naquele período, Itapoá, por exemplo, teve a população acrescida em 120,6%, enquanto nos últimos seis anos, entre 2001 a 2007, o crescimento (ou inchaço!) recuou para 21,3%. O mesmo fenômeno ocorreu em Itapema (de 112,5% para 30,3%), Camboriú (75,2% – 28,2%), Balneário Camboriú (73,0% – 28,4%), Navegantes (69,5% – 33,9%), Penha (66,1% – 24,3%), Barra Velha (46,5% – 19,6%), Barra do Sul (46,5% – 20,4%).

Confirmando nossas mais otimistas previsões, a migração das pequenas para as maiores cidades também perdeu força. Nesse mesmo período (2001-2007), comparado com 1990-2000, o inchaço populacional da Grande Florianópolis teve seu ritmo fortemente reduzido. Na capital, o recuo foi de 32,5% para 15,9%; Palhoça, 49,8% para 19,2%; Biguaçu, 38,8% para 11,2%; São José, 31,3% para 13,4%.

Como esperado, pelo terceiro ano consecutivo o número de homicídios dolosos na região da Grande Florianópolis registrou queda. No comparativo de 2006 a 2007, a redução chegou a 7,65%. Foram 170 assassinatos em 2006 contra 157 registrados no ano passado. O índice de assassinatos, por grupo de 100 mil, também tem registrado queda na região da capital, uma queda constante desde 2003. Foram 23,9 naquele ano; 23,8 em 2004; 22,8 em 2005; 19,8 em 2006, e 18,8 em 2007.

O estado, como um todo, volta a crescer, particularmente no oeste, que era o território mais prejudicado pelo obsoleto governo centralizado, distante, ausente e ineficaz.

Itapiranga é, seguramente, o município mais distante da capital. Sua microrregião, assim como todo o oeste catarinense, vinha se esvaziando, perdendo gente, energia, dinamismo, renda, riqueza. Só na década 1990-2000, havia perdido 10,3% da sua população. Já no censo realizado em 2007, Itapiranga teve um crescimento de 4,0%!

E esse não é um caso isolado, pinçado para comprovar uma tese. Beneficiadas com a descentralização, as microrregiões mais distantes do litoral – Dionísio Cerqueira, Quilombo, São Miguel e São Lourenço do Oeste, Maravilha e Palmitos – assistem à consistente volta do crescimento do número de habitantes.

Região mais afastada e distante do governo, quando este ainda era centralizado, o oeste tinha 26 cidades sem acesso asfaltado. Metade dos seus municípios tinha precárias vias de acesso, o que não lhes permitia nem aspirar ao desenvolvimento.

Conseqüentemente, todos esses municípios, que só podiam ser acessados por uma estressante viagem no pó, buraco ou lama, eram exatamente os de menores índices de desenvolvimento humano e os que mais perderam gente!

Desde 2003, quando demos início ao processo de descentralização, acompanho, ano a ano, mês a mês, dia a dia os efeitos do progresso da interiorização e da contenção da litoralização na qualidade de vida dos catarinenses. E, nos últimos quatro anos, não há um único dia que não tenha sido positivamente surpreendido, ou melhor, agradavelmente recompensado, pois não pode haver surpresa com um resultado em que acreditávamos com absoluta convicção.