O outro lado de d. Pedro I (fim)

Novos conflitos se armarão pelo descontentamento da população que pediam para que houvesse um desligamento entre Brasil e Portugal. “No dia 7 de setembro, sofrendo com a diarréia, o príncipe recebeu as cartas às margens do Ipiranga e concluiu que chegara a hora de romper com a metrópole” (Eduardo Bueno, 2003, p. 174). Que, pelos planos da maçonaria, seria em 20/08/1822.

Não foi uma tarefa fácil este desmembramento, sendo em uma política de interesses diferentes e tentando D. Pedro I jogar nos dois times. Mas logo assumiu sua posição, sua administração é baseada nos moldes monárquicos. Nascendo assim novamente a insatisfação, os conflitos marcados com freqüência alastraram-se feito pólvora, pelas regiões do Brasil afora.

Assim, o nosso “herói” D. Pedro I é forçado a abdicar de seu cargo, por ter traçado uma independência, baseada na monarquia, indesejada por muitos brasileiros. “D. Pedro I, governando em nome de um verdadeiro ‘partido português’ (…) não foi capaz de encaminhar satisfatoriamente os complexos problemas políticos e econômicos, que a construção do novo estado colocava” (Luiz Henrique Dias Tavares, 1991, p.2) dívidas, mortes, maus tratos com a esposa, constituição autoritária, com a maioria da população nas senzalas.

Partindo deste pressuposto, vemos que o momento de abdicar foi de total decadência. D. Pedro envolveu-se em crises internas e externas. Viu o Brasil endividar-se e Portugal revelar-se, o povo sendo recrutado à força, os conflitos chegam ao auge, D. Pedro parte para Portugal e deixa seu filho de 5 anos, D. Pedro II, na tutela de José Bonifácio, e morre no ano de 1834. Quem morreu? O imperador? O monarca? O garoto que corria pelas ruas mais singelas, trajado como um menino comum? Que papel veio este príncipe realizar em nosso país?

É complicado definir, pois nos deparamos com diferentes versões registradas nas linhas da história. Uns o enobrecem, outros tentam apenas esclarecer de maneira satisfatória, tentando não destruir a imagem de imperador vitorioso.
Assim vive-se hoje, com construções de heróis e mitos. Infelizmente, o povo constrói os mesmos para ter alguém para homenagear e até acreditar.