O destino do varejo para as classes C e D

Há anos, estudo o movimento do mercado em busca de novas alternativas para atender milhões de pessoas migrantes para as classes C e D, cada vez mais fortalecidas por uma economia mais estabilizada, mexendo com indústria, varejo, serviços, bancos, cartões de crédito, telefonia, tecnologia, enfim, um mercado altamente promissor. O da moda também está atento a essas mudanças e empresas que antes apenas esperavam o cliente comprar no seu ponto de venda estão tornando-se mais pró-ativas e estruturando-se para ir até o cliente.

Como exemplo, visitei a Fenim, em Gramado, no Rio Grande do Sul, uma feira forte, referência no mercado da moda, com grandes marcas, muitos empresários e lojistas, e um movimento organizado crescente há alguns anos com alternativas interessantes vem do Brás, de São Paulo – mercado competitivo em todos sentidos – focados em volume, preços, rapidez e inovação.

Reforço, movimento organizado, ou seja, as marcas do Brás resolveram aumentar suas fatias de mercado, estão indo direto aos clientes e, para isso, a maioria delas está montando equipes de profissionais de vendas (representantes comerciais) para prospecção e manutenção de seus clientes em todo o Brasil, criando coleções com amplo material e campanha publicitária; trabalhando com entregas imediatas e programadas; participando de feiras e criando estratégias para atingir a seus clientes o mais rápido possível e com foco bem definido.

Imaginem uma loja comprar produtos destas marcas, coleções atualizadas, com preço baixo, qualidade, prazo para pagar, entrega imediata, frete pago e sem quantidade mínima de peças no pedido. Tudo o que o mercado varejista deseja. É um grande negócio!
Vi alguns produtos e materiais destas marcas e pude observar a união de tecidos, que teoricamente não atraem, com bordados, pedras e outros acessórios, usando a tese do valor agregado e uma campanha de marketing ousada.

Dá para perceber um grande avanço e a certeza de que estão querendo crescer e aumentar o seu faturamento em todas as regiões do país. Este é o lado bom da história. Por outro lado, sugiro às pequenas fábricas, principalmente de jeans, que busquem alternativas rápidas à sua manutenção, especialmente as marcas que focam em clientes de classes C e D. O gigante Brás passa a ser uma ameaça aos pequenos, na maioria sem recursos financeiros e sem planejamento de mercado. Ganha o cliente final deste mercado fascinante da moda.
Vamos refletir. E agir!!!