Mais bebês, mais árvores

Reapresentei na câmara de vereadores projeto de lei, apresentado em 2007, que dispõe sobre a doação de árvore nativa a cada bebê nascido nos hospitais de Tubarão. A muda de árvore que será doada pela prefeitura, em parceria com Epagri, Tractebel e outros, deverá ser plantada pelos pais do bebê em terreno próprio, na falta deste, preferencialmente, em espaço público ou em áreas alternativas de plantio a serem indicadas pelo Corpo de Bombeiros. As áreas alternativas de plantio são espaços cedidos por empreendedores de novos loteamentos na cidade, e por particulares que têm área de proteção permanente. A parturiente, ao ter alta, receberá uma muda de árvore nativa, com cartão de felicitações e informações sobre a planta, de qual espécie é, para que serve, como e onde deve ser plantada.

A ideia surgiu em Pará de Minas, no centro-oeste do estado MG, no ano de 2000 e, agora, rende frutos em muitos outros municípios do Brasil. “O que é bom deve estar ao alcance de todos”. As árvores e outros vegetais interceptam, refletem, absorvem e transmitem radiação solar, melhorando a temperatura do ar no ambiente urbano. No entanto, a eficiência do processo depende das características da espécie utilizada, tais como a forma da folha, a densidade foliar e o tipo de ramificação. O vento também afeta o conforto humano e seu efeito pode ser positivo ou negativo, dependendo grandemente da presença de vegetação urbana. No verão, a ação do vento, retirando as moléculas de água transpiradas por homens e árvores, aumenta a evaporação. No inverno, significa um aumento do resfriamento do ar.

As árvores no ambiente urbano têm considerável potencial de remoção de partículas e gases poluentes da atmosfera. No entanto, a capacidade de retenção ou tolerância a poluentes varia entre espécies e mesmo entre indivíduos da mesma espécie. Algumas árvores têm a capacidade de filtrar compostos químicos poluentes, como o dióxido de enxofre (SO2), o ozônio (O3) e o flúor. Mesmo considerando-se que as árvores podem agir com eficiência para minimizar os efeitos da poluição, isso só será possível por meio da utilização de espécies tolerantes ou resistentes. Os danos provocados pela poluição atmosférica podem ser muito significativos, dependendo principalmente das espécies utilizadas e dos índices de poluição.

O nível de ruído excessivo nas cidades, provocado pelo tráfego e por diversas outras fontes, afeta psicológica e fisicamente as pessoas. A presença das árvores reduz os níveis da poluição sonora ao impedir que os ruídos e barulhos fiquem refletindo continuamente nas paredes das casas e edifícios, causando uma sensação de um som permanente, similar ao que sentimos ao falar numa sala vazia, sem móveis. Isto é, as árvores e suas folhas contribuem para absorver a energia sonora fazendo com que os sons emitidos desapareçam rapidamente.
Pode-se atribuir à árvore um valor sentimental, cultural ou histórico. Alguns deles são valores subjetivos, difíceis, portanto, de quantificar. A maioria das pessoas considera o fator estético como o principal na arborização urbana, em virtude da aparência das árvores ser direta e imediatamente perceptível, ao contrário dos demais benefícios.

As alterações que as árvores sofrem em função das estações do ano fazem com que estas se apresentem ora com flores, ora com folhas ou sem folhas. Estas modificações são importantes pela renovação da paisagem urbana. Elementos como textura, estrutura, forma e cor, inerentes às arvores, alteram o aspecto da cidade, quebrando a monotonia e a frieza típica das construções.
Outras qualidades que podem ser atribuídas às árvores urbanas são seu poder de interferir em micro climas e de reduzir a poluição, os ruídos e a temperatura. A estes atributos, associam-se as contribuições sociais, que podem ser definidas como a saúde física e mental do homem, as opções de recreação propiciadas pela arborização e o aumento do valor das propriedades em função da existência de árvores ou áreas verdes.

Destarte, contribuir para a melhoria ambiental através do plantio de árvores nativas e fornecer conhecimento à sociedade sobre a importância dessas espécies são os principais objetivos desta proposição. Pois, numa época em que as devastações florestais se fazem em ritmo acelerado, em que emissão de poluentes gera elevados riscos à qualidade de vida das pessoas e de todo ecossistema, em que a camada de ozônio teima em ser destruída pelos grandes poluidores, nada mais justo e necessário é a implantação de projetos e de medidas que estimulem as pessoas que habitam nossos centros urbanos ao plantio de árvores.
Assim, pelo futuro da humanidade, por dias melhores para todos os tubaronenses, espero que este projeto comece a funcionar o mais rápido possível.