Getúlio Vargas, o homem da Revolução (fim)

 

Assumiu o governo provisório e munido de amplos poderes suspendeu a constituição de 1891, fechou o congresso nacional e as assembleias estaduais, substituiu os governadores por interventores federais nomeados por ele próprio, instaurou assim a ditadura, prometendo ao mesmo tempo as eleições de uma assembleia constituinte. Surgiam duas tendências básicas que caracterizaram o governo provisório: um grupo constituído principalmente por políticos civis que queriam a reabilitação do país e outro formado por tenentes que apoiavam o caráter revolucionário do governo e Vargas no meio de ambos manobrando a situação habilidosamente em prol de se manter no poder e posteriormente executar o que elaborara para o povo. Além de todos os ministérios já constituídos, foram criados o Ministério da Educação e Saúde e Trabalho, Indústria e Comércio. Mas a quem o governo provisório representava? Certos que a Elite Oligárquica havia decaído: a burguesia industrial e financeira, as classes médias urbanas, a aristocracia exportadora gaúcha começaram a vislumbrar perspectivas de apoio direto do governo e o apoio indireto foi deslocado á grupos associados a interesses do capitalismo norte-americano que daí em diante ocupou o lugar antes ocupado pelo capitalismo inglês. Quanto à elite cafeeira, esperou pacientemente uma oportunidade de voltar ao poder, o que conseguiu alguns anos depois. Portanto, diversos grupos partilhavam o poder, no entanto, nenhum com força o suficiente para se impor aos demais e Vargas como o grande árbitro da situação política efetivou sua atuação no poder. Os tenentes foram absolvidos pelo sistema dominante, os revolucionários que pretendiam aprofundar as modificações sociais e econômicas foram perseguidos, os que imaginavam transformar o Brasil em uma sólida democracia liberal foram brutalmente acordados, quando em 1937 Vargas instituía a ditadura. E, quanto ao povo, não se poderia desconsiderar a questão social, logo foi adotada uma política que perduraria até a atualidade, o populismo.
O populismo dos anos 30 baseou-se em dois elementos fundamentais: a concessão de direitos previdenciários e trabalhistas às massas urbanas e o culto a Getúlio.
Oficializou-se a previdência social, os sindicatos foram legalizados e concederam-se inúmeras vantagens trabalhistas como o salário mínimo, jornada de trabalho de oito horas por dia, férias pagas, indenização por demissão sem justa causa (direito abolido em 64), proteção ao trabalho feminino e infantil, férias remuneradas.
Articulou através de acordo diplomático feito entre o governo brasileiro e estadunidense a construção de uma usina siderúrgica que pudesse fornecer aço aos aliados durante a Segunda Guerra Mundial e, posteriormente, na paz para que ajudasse no desenvolvimento do Brasil, tal usina “CSN” começou a operar em 1946, sendo o presidente do Brasil Eurico Gaspar Dutra.
Getúlio Vargas suicidou-se com um tiro no coração em agosto de 1954, mês que costumo chamar de “mês do desgosto” e que faço isto em menção a um grande amigo que também é admirador da figura deste ilustre, nascido em São Borja-RS, com discurso voltado à gente brasileira e com as atitudes também. Saiu da vida e entrou para a história, inclusive do povo de Capivari de Baixo, elevado pela CSN e tudo que esta trouxe de benefícios.