Froxo a repimboca da parafuseta

Acredito que na política a experiência é essencial, e pessoas de todas as idades em dia com seus deveres de cidadão podem e devem contribuir com a sociedade. Seja na condição de eleitor, ou até mesmo pleiteando um cargo público. Se eleitos para nos representar, o mínimo que podemos esperar é que exerçam seu papel com ética e dignidade. No entanto, quando a experiência sofre metamorfose e transforma-se em malandragem para tirar proveito alheio, devemos nos mobilizar para extirpar essas pessoas da vida pública. Extirpar significa arrancar pela raiz.

No câncer, depois de extirpar o parasita, ainda temos que continuar o tratamento com quimioterapia e radioterapia, para que o mau não volte mais forte. Em sociedade, para combater o maligno, temos o remédio da democracia, através do voto. Para isso, não precisamos de força física, violência verbal ou agressão. Basta apenas exercermos nossos direitos de maneira correta e digna. Pois o cidadão que vende seu voto em troca de migalhas é mais corrupto que o próprio político que compra.
Quando vejo velhos políticos (carcaças humanas) que somente estão de pé ainda por uma questão inexplicável da física, fico me perguntando: por que será que eles roubam tanto? Quase 80 anos de idade, conta bancária abarrotada, e ainda conseguem usurpar a nova geração! Aposenta e vai pescar, oh!

Pra que isso? Será que eles pensam que vão levar o dinheiro pro caixão? Bem! Ao menos terão um enterro digno. Ao som da bandinha da cidade, tocando a marcha fúnebre. Velhos partidários devidamente trajados de preto, falando aos microfones da imprensa oportunista. Que ele fez, que ele foi, que ele aconteceu. Até mesmo os velhos adversários políticos, que outrora trocavam insultos e acusações, agora eloquentes em seus discursos de elogio. Mas, no fundo, dando gargalhada, achando que já foi tarde aquele bode velho. Mas isso faz parte da política! Fingir que é amigo, promessas que se arrastam durante anos, cestas básicas. Aliás, cesta básica é o reflexo de nosso país, que só fica no arroz com feijão.

Enquanto isso, nossos políticos reúnem-se em festas particulares regadas a whisky 12 anos e charutos cubanos. Contando piadas de como foi fácil arrancar votos do povo ignorante em troca de churrasquinho no “buteco” e tapinha nas costas. Já dizia um sábio político: “Vou te dar um caminhão de aterro, mas não espalha, hein!”. E assim foram se formando os montes que hoje tornaram-se obstáculos para o crescimento do país.

Mas isso só acontece porque acreditamos e compactuamos com tudo que nos falam. Quem lembra do menino que foi feito de um pedaço de pau, chamado Pinóquio? Convencido por um homem que conduzia uma carruagem (o cocheiro) a seguir viagem com ele até a “terra dos brinquedos”, Pinóquio e outras crianças embarcaram na carruagem e seguiram viagem. Um lugar onde não se estuda, nem trabalha… só se brinca. No dia seguinte, chegaram no local prometido, onde as crianças eram livres para tudo fazer. A alegria dos meninos durou algum tempo, mais precisamente cinco meses, até a manhã em que Pinóquio acordou com uma grande surpresa. Constatou que lhe cresceram orelhas de burro. Aos poucos, foram se transformando em burricos até não mais falarem. Quando zurravam desesperados, surgiu novamente o cocheiro. Aquele homem com face de leite e mel era um monstro que seduzia meninos incautos.

A democracia é um regime de governo onde o poder de tomar importantes decisões políticas está com os cidadãos (povo), por meio de representantes eleitos através do voto. Ou seja, o poder está em nossas mãos. Temos duas opções: ou escolhemos nossos representantes de maneira consciente pensando no bem da coletividade, ou acreditamos no cocheiro e embarcamos na carruagem. Se escolhermos a segunda opção, nossas orelhas de burro continuarão crescendo e nossas vozes soarão aos ouvidos de nossos representantes, como se fora a de jumentos zurrando, e jamais seremos ouvidos. A escolha é sua!