Empreendedorismo ou concurso público?

Nossas escolas estão defasadas? Os pais desatualizados? A realidade mudou? Os tempos são outros! Deveríamos incentivar nossos jovens a ter seus próprios negócios, em vez de desejar que nossos filhos procurem “bons empregos” ou passem em “bons concursos públicos”. Chegamos ao cúmulo de contar, já há algum tempo, com “escolas” preparatórias para concursos, não bastasse a grande invasão de faculdades e escolas particulares a tentarem cada vez mais iludir nossos filhos com a promessa de um futuro garantido, via diploma na mão. Seria mais realista se, na educação de nossos filhos, também se incluísse a alternativa do empreendedorismo.

Há pouquíssimo tempo, nossos pais e avós eram funcionários de empresas estatais de nossa região, e, na época, com um comércio relativamente forte, a nossa economia girava em torno deste mecanismo, ou seja, empresas do governo contribuindo para o “desenvolvimento local”. Mas o cenário mudou, empresas foram privatizadas, o comércio sente a concorrência globalizada, inclusive com as vendas virtuais, e surgem então as oportunidades para empreendermos novos negócios, gerando riquezas para alimentar nossa economia.

Muitos diriam que é difícil começar um novo negócio. Concordo plenamente, mas será tão difícil assim? Hoje, mais do que nunca, contamos com a facilidade da comunicação e informação, para empreender.
O que faltaria então aos jovens de nossa época para serem empreendedores? Creio que o incentivo dos mestres nas escolas e de nós pais em casa é determinante na composição de um perfil profissional mais arrojado, mais eclético: refiro o incentivo emocional, motivacional, que gere confiança nesses jovens. Nesta mesma direção, algumas faculdades e universidades já possuem espaço para as empresas juniores, onde os alunos começam um negócio tendo a colaboração de professores. Embora de grande valia, isto não é suficiente, apenas um começo.

Uma grande ajuda neste sentido seria que todos os cursos incluíssem em sua grade curricular uma disciplina que ensinasse a fazer um plano de ação. Isto também vai acontecendo, mas não de regra.
É patente que nós brasileiros temos a reputação de ser criativos.
De certa forma, somos forçados à criatividade, porque é difícil fazer um planejamento de longo prazo, quando nossos governantes mudam de ideia da noite para o dia. Neste contexto, nossa criatividade torna-se cultural. É o famoso jogo de cintura, muito valorizado pelos estrangeiros que nos oferecem cargos de diretoria em multinacionais, pois sabem eles que, em qualquer repentina mudança na economia, a empresa assim conduzida sai rapidamente da crise.

Importante lembrar que, sendo o jovem um empreendedor, pode trabalhar naquilo que mais lhe agrada, que mais o entusiasma, consequentemente tem muito mais chance de ser uma pessoa bem-sucedida nos diferentes planos vivenciais.
Sinto que devemos fazer a nossa parte neste incentivo ao empreendedorismo. O presente reclama e o futuro não pode esperar.