DIA DOS PROFESSORES

Maurício da Silva
Professor e Mestre em Educação

Em 15 de outubro é comemorado o Dia dos Professores. Deveria ser apenas para homenageá-los, tamanha sua importância para a paz e a prosperidade das pessoas e das sociedades.

Professores e professoras são reconhecidos e saudados onde quer que estejam (na escola, na rua, na praia, no clube, na igreja, no supermercado, etc.). Influenciam, são imitados, admirados ou criticados, respeitados ou desconsiderados pelo que sabem e pelo que ignoram, pelo que dizem e como dizem, pelo que fazem e como fazem, pelas oportunidades de aprendizagem que proporcionam ou pela mesmice, pelas atitudes ou pela falta delas.

Professores e professoras formam as gerações e os demais profissionais. Conhecimentos e atitudes que moldam pessoas e nações são mediados pelo professor.

Mesmo com tamanha importância, todavia, os professores brasileiros estão abandonados nos aspectos financeiros e pedagógicos e, com crescente frequência, são agredidos, inclusive fisicamente, por alunos e pais.

Isso reflete, sobretudo, no desprestígio da profissão (apenas 2% dos alunos do Ensino Médio querem exercê-la, segundo estudos da Fundação Carlos Chagas) e na péssima posição do ensino brasileiro (58º lugar, entre 64 países de OCDE – conforme Programa Internacional de Avaliação dos Alunos).

Péssimo! Justo num momento em que os alunos precisam aprender novas habilidades e a se relacionarem com os outros, devido às novas formas de produção e de gestão da economia, ao crescimento das desigualdades sociais, da intolerância com os diferentes e da violência.

Nenhuma reforma do ensino se efetivará sem instrumentalizar o docente. Fomos exitosos quando da implementação da Proposta Curricular de Santa Catarina e elevamos o IDH – Educação de Tubarão e região, acima da média estadual, porque, na época, investimos forte no capacitar e acompanhar os professores por meio dos planejamentos bimestrais coletivos.

O caminho do valorizar, devidamente, os professores, foi traçado pelo Congresso Nacional, por meio do Plano Nacional de Educação (Lei n. 13.005, de 25/06/ 2014), e pelas Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais, via respectivos Planos Estaduais e Municipais de Educação, aprovados em 2015.

Tais Planos estabelecem prazos para que se concretize a política nacional de formação dos professores, que equipara o seu rendimento médio ao dos demais profissionais cuja escolaridade equivale, que estabelece planos de carreira e piso salarial nacional profissional.

Possíveis somente com esforço conjunto dos governos (nacional, estaduais e municipais) e da sociedade.

Resgata-se o professor e o ensino ou o Brasil não se resgatará!

Viva o(a) professor(a) no seu dia – 15 de outubro – e todos os dias!