Dez lições da guerra no Rio de Janeiro

Espera-se que as lições da guerra contra o crime, no Rio de Janeiro, sejam aplicadas em todo o Brasil. São elas:

1ª – Enfrentamento do crime – Policiais e serviços permanentes disponibilizados à população, criação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) nas áreas dominadas pelo tráfico e adoção de estratégias de guerra.

2ª – Trabalho conjunto dos governos – Evitou as desmoralizantes discussões para definir se o bandido é municipal, estadual ou federal.

3ª – Ação integrada das polícias Militar, Civil, Rodoviária e outras – Superou os conhecidos conflitos de competências, potencializando enormemente os resultados.

4ª – Rapidez do judiciário – Nas autorizações para uso de prisão federal, suspensão de visitas íntimas e outros.

5ª – Integração e participação do Exército, da Marinha e da Aeronáutica – Multiplicaram o poderio bélico e de pessoal, desobstruindo caminhos até então intransponíveis para o enfrentamento, com sucesso, da bandidagem.

6ª – Polícia (re)conquista a confiança da população que a informa – Chegaram notícias sobre pessoas, esconderijos, beco e vielas. Durante muito tempo a população dos morros corria da polícia, devido a incursões truculentas e envolvimento de alguns com o crime. Julgar e punir os que se excederam e os que desonraram a farda foi fundamental.

7ª – Isolamento total e sufocamento financeiro dos encarcerados – Por meio de bloqueio do celular, de monitoramento das visitas de advogados e familiares e do confisco de suas finanças. Antes, mesmo atrás das grades, os bandidos prosseguiam com os seus “negócios”, organizavam atos terroristas e corrompiam cidadãos e autoridades.

8ª – Possibilitar ao detento as perspectivas de não mais delinquir e de ser reintegrado à sociedade – Valendo-se da aplicação do item anterior, somada às possibilidades de estudo e trabalho na prisão.

9ª – Revistas constantes nos veículos – Permitem a apreensão de armas, que dão poder ao bandido, e de drogas, principal insumo do crime, que não são “plantadas e colhidas” nas favelas. Sufocar este transporte, também nas fronteiras, é vital.

10ª – O poder do bandido cresceu porque o poder público omitiu-se – Não coibiu a ocupação desordenada dos bairros; negligenciou os serviços de saúde, educação, lazer e saneamento; não repôs os contingentes policiais; tolerou os transgressores; trocou favores com os bandidos; aceitou propina e não puniu os corruptos.
Não nos enganemos, contudo! No Rio nada está ganho. Os chefões do crime e seus comparsas continuam soltos. Se a polícia e os prometidos serviços sociais saírem de lá, com certeza, eles retornarão mais fortes.
Se o seu bairro ou a sua cidade não sediar Olimpíadas ou Campeonato Mundial de Futebol nos próximos anos, e se você não quiser mais um “Complexo do Alemão”, lute com todas as forças e articuladamente para que estas lições sejam colocadas em prática o mais rápido possível. De preferência das últimas para as primeiras.