Conhecendo o pinhão-manso para a produção de biocombustível

Poucos devem ter ouvido falar sobre a planta pinhão-manso, Jatropha curcas, a qual pertence à família das Euforbiáceas, a mesma da mamona. O pinhão-de-purga, como é também conhecida esta planta, era utilizado principalmente como cerca viva e na fabricação de sabão, entretanto, vem-se estudando a planta pelo simples fato desta apresentar propriedades promissoras para a produção de biocombustíveis.
O destaque a esta planta se dá por ser uma cultura existente de forma espontânea em áreas de solos pouco férteis e com clima desfavorável à maioria das culturas alimentares tradicionais, e ainda por apresentar certa rusticidade.

Porém, alguns problemas, que inicialmente inviabilizam esta cultura, os quais envolvem a carência de pesquisas, devido à falta da história desta planta e, ainda, a deficiência de financiamentos para o plantio faz com que a produção ainda não ganhe evidência no cenário nacional.
Outro ponto a ser ressaltado refere-se às pesquisas que estão sendo realizadas a fim de tornar a planta cultivável, pois a mesma está em processo de domesticação, o qual consiste em técnicas de seleção a fim de adaptar determinada espécie ao ambiente criado pelo homem ou ao ambiente de cultivo (caso para a produção do pinhão-manso).

Em contrapartida, o cultivo desta oleaginosa, o pinhão-manso, ainda não é representativo pelo simples fato de ser uma cultura recente, como consequência possuir uma produção pequena, e como relatado anteriormente, a planta está no processo de domesticação. Todavia, a médio e longo prazo, esta cultura poderá substituir a soja no biodiesel, por dois motivos: primeiro, sua produção de óleo é de 38% e, segundo, por ser uma planta rústica e perene, de acordo com as literaturas pesquisadas.

Desta forma, e diante da transição energética que o planeta encontra-se, na procura por energias renováveis e que trazem consigo a sustentabilidade ambiental e econômica, a planta pinhão-manso apresenta-se como uma possível alternativa para a produção de bicombustíveis, visto que a planta mostra resistência ao estresse hídrico e ainda pode ser implantada em áreas pouco utilizadas nas propriedades rurais.
Porém, órgãos de pesquisas alertam para os produtores terem cautela na produção de pinhão-manso, lembrando que a planta está necessitando de pesquisas. Contudo, pode-se dizer que o cultivo do pinhão-manso tende a ser uma oportunidade para integração entre a indústria e a agricultura, seja ela familiar ou patronal, possibilitando mais uma alternativa de agregação de valores e sem dúvida, uma produção sustentável de energia.

E, por fim, ressalta-se que, para a produção comercial destinada à extração de óleo, o plantio de pinhão-manso deve ser realizado de maneira integrada, onde o produtor antes de iniciar o plantio da cultura tenha em mãos um contrato de venda da produção para uma indústria de extração. Assim, o produtor terá a garantia de venda.