César do Canto Machado

As coisas acontecem como realmente devem acontecer.
Quando todo mundo esportivo catarinense pensava que a cidade de Tubarão tivesse encerrado seu belo ciclo do futebol, lá nos distantes anos 60 e, no máximo, na década de 70, quando, nos dois períodos, também memoráveis para o próprio futebol brasileiro que chegou ao tricampeonato, construiu uma magnífica história com a conquista de três títulos estaduais (57, 58 e 70), eis que se reacende neste ano de 2010 uma grande chama de esperança na retomada do sucesso, devolvendo aos fiéis desportistas tubaronenses a alegria e o sonho em voltar a ver futebol em casa, com a mesma emoção daqueles velhos e bons tempos que lotavam o Anibal Costa e, mais ainda, o “Monumental da Vila”, apinhando, aí, seu famoso “Morro da Navalha”; tudo isso sem esquecermos, é claro, a belíssima passagem do Tubarão FC pela nossa história esportiva, este de boas campanhas às portas e entrada do novo século -, pena que de uma passagem tão meteórica.

Estamos falando aqui da possível volta da rivalidade local no nosso futebol da Cidade Azul, tendo de um lado o “perpétuo” e sempre bravo Leão do Sul e, do outro, o novato e motivado Atlético Tubarão, este que vem, é claro, e ainda, com certo tipo e jeito do EC Ferroviário, mesmo vestindo azul, mas com o propósito de reconquistar a torcida rubronegra, que muito vibrou nos tempos de Bracinho, Norzinho e outros.

Não sei até que ponto os dirigentes do Atlético concordam com isso; porém, é assim mesmo que o tubaronense vê e espera deste novo confronto dos dois clubes profissionais na mesma cidade na Segunda Divisão do Catarinense 2010. Queiram, ou não, é impossível não fazer comparação com os bons tempos de Ferro-Luz, quando a cidade se enchia de motivação para o futebol e esperar, pelo menos, algo parecido.
Vida que segue.

Com a continuidade do Hercílio Luz na “Segundona”, fechou-se uma janela, porém, duas outras foram abertas, e vislumbrantes. A grande oportunidade de crescerem juntos os dois time da cidade e voltarmos, assim, a termos duas agremiações na “elite” do nosso futebol. E seríamos a única cidade do interior do estado a ter este privilégio.

Impossível? Claro que não! Com motivação, todos ganham, e motivação é o que, espera-se, não há de faltar. É agora ou nunca para o futebol tubaronense!.
Há, porém, um reparo: mesmo valendo toda a torcida de ambos os lados, embora muitos venham a chamar o embate entre estes dois rivais da mesma cidade de clássico, o confronto entre Hercílio e Atlético ainda não é e tampouco será em seus primeiros dias um verdadeiro clássico. Isto porque o tempo precisa lhes passar este recibo, ou seja: o clássico existe quando uma série de confrontos mostra este potencial e este clima, com equiparação de forças e uma boa série de jogos realizados.

Logo, pelo menos por enquanto, teremos um jogo entre dois times da mesma cidade, o que é bem diferente do velho e conhecido Ferro-Luz, época em que os dois equilibravam-se partida a partida, e efervesciam a cidade antes, durante e depois de cada jogo (jogaram mais de cem vezes entre si).
Todavia, como tudo precisa ter um começo (ou um recomeço, como é o caso do futebol tubaronense neste momento), a sorte está lançada.
E que vença o melhor, desde que – como diz a máxima do futebol – seja o seu time do coração!