A “volta” das bicicletas após a falta de combustíveis

Priscila Loch
Jornalista

priloch.sc@gmail.com

A falta de combustíveis para abastecer os carros durante o protesto dos caminhoneiros nos deixou uma grande lição na questão trânsito: é possível sim buscar meios de transporte alternativos, especialmente nas cidades que não são grandes centros urbanos. Durante a paralisação, foi visível um considerável maior número de bicicletas nas ruas. Pessoas de todos os tipos e idades aderiram – ou resgataram – o costume de usar a companheira magrela para chegar ao trabalho, por exemplo.
Mas, como ocorre em muitas situações, as dificuldades encontradas acabam por desestimular a mudança de hábito. No caso de aderir à bike como meio de transporte, os problemas vão muito além da necessidade de se investir em infraestrutura. O maior problema talvez seja a falta de respeito. Mudar a mentalidade dos motoristas que não dão vez e/ou espaço aos ciclistas é o principal desafio. Mas também é preciso conscientizar os próprios ciclistas de que existem regras simples que devem ser seguidas para que tenhamos um trânsito mais seguro.

Nutro há anos o sonho de poder fazer deste o meu principal meio de locomoção. Mas confesso que a cada episódio de perigo que passo tenho a sensação de que essa ideia nunca vai deixar de ser utopia. Afinal, pedalar em uma cidade como Tubarão é “para poucos e para loucos”. Ainda bem que sou – quase sempre – otimista e não desisto fácil.

Tem dias em que dá vontade de xingar todo motorista que acha que a seta é “pra bonito” e aqueles que não param no cruzamento nem que a bicicleta esteja em uma preferencial em ritmo constante. Tem também os ciclistas sem “desconfiômetro” que pedalam sobre as calçadas como se fossem suas estradas particulares. Ah, e como tem gente que abre a porta do carro sem olhar para trás (já escapei de muitos tombos provocados por esses desavisados).

Mas xingar não vai mudar essa realidade. O que precisamos é discutir mais sobre o assunto para que cada vez um número maior de pessoas possa colocar a mão na consciência e admitir que faz parte desse grupo que poderia respeitar mais todos os elementos do trânsito e, consequentemente, provocar uma mudança que vai trazer benefícios para todos.

Menos carros nas ruas significa qualidade de vida… É menos poluição jogada no meio ambiente, menos risco de acidentes, menos estresse!