A humanidade de Jesus

 

Vivemos dois lados totalmente opostos atualmente. De um lado, nunca tivemos tantos avanços tecnológicos e milhares de informações. Por outro lado, nunca a vida foi tão descartável (resultado de um capitalismo selvagem).
Incontáveis leis foram elaboradas visando o bem-estar e buscando proteger a integridade do ser humano.
 
No entanto, não se imaginava que atingiríamos tais níveis de insatisfação e violência. No meu tempo de escola, por exemplo, as formas de disciplinar eram bem diferentes das que são usadas hoje, porém, quase não víamos cenas onde um aluno agride ou até mata um professor. O mesmo acontece entre pais e filhos, não há mais compreensão e Renato Russo já cantava isso na música “Pais e filhos”:
 
“Você culpa seus pais por tudo, isso é absurdo”.
 
Pois bem, quero falar aqui de alguém que viveu nesse mundo de maneira simples, sendo como diz o Dr. Augusto Cury, “apaixonado pela humanidade”.
 
Desprovido de status social, fugindo da fama e sem dinheiro, foi capaz de dividir a história da humanidade usando um método infalível: “O amor a Deus e ao próximo”.
 
Com sua palavra penetrava o coração humano, tanto que correndo o risco de ser apedrejado ao defender uma mulher condenada pela sociedade, desarmou os agressores com seu silêncio e convidando a todos a olharem para dentro de si. “Aquele que entre vós estiver sem pecado, atire a primeira pedra” (João 8:7).
 
Jesus Cristo jamais obrigou alguém a segui-lo se não fosse por amor e na liberdade, tanto que perguntou aos discípulos se queriam deixá-lo.
 
“Então perguntou Jesus aos 12: Não quereis vós também retirar-vos? Respondeu-lhe Simão Pedro: Senhor, para onde iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna” (João 6.67-68).
 
Interessante é que hoje em dia até mesmo um crucifixo na parede de uma repartição pública está incomodando muita gente. Ora, se o próprio Jesus em pessoa não obrigou ninguém a segui-lo, seria um símbolo capaz de influenciar tanto assim na vida de uma pessoa? Se nem os sinais de trânsito são respeitados. De repente vão querer mudar os nomes das cidades que levam nomes de santos, não duvido muito.
 
Vale ressaltar que o Mestre de Nazaré não precisou elaborar tantas leis para valorizar a vida, bastou colocar o “ser humano acima de tudo”. Ele não buscava aplausos e sim o anonimato, jamais pregava o autoritarismo e sua lei era marcada pela suavidade e pelo amor acima de tudo. 
 
Jesus ainda ensinou-nos entre tantas coisas a marcar os momentos marcantes da vida no coração, até as coisas simples para ele era motivo para dar um alívio à correria da vida. Em meio a tantos problemas, Ele convidou os seus discípulos para perceberem a beleza dos lírios do campo, numa forma de exaltar e beleza da vida. Detalhe, Ele não tinha uma máquina digital para registrar cada momento, pois guardava tudo em seu coração.
 
“Olhem como crescem os lírios do campo: eles não trabalham nem fiam”. Eu, porém, lhes digo: nem o rei Salomão, em toda a sua glória, jamais se vestiu como um deles (Mateus 6,25-30).
 
O mundo seria melhor, se todos buscassem refletir e tentar viver a humanidade de Cristo, que não se apegou à sua condição divina, mas viveu o amor ao extremo.
 
Termino com a linda frase de Fernando Pessoa que assim dizia.
 
“Tão humano assim, só podia ser Deus”.