Policiais mulheres

Mario Eugenio Saturno
Tecnologista Sênior

Durante a sexta Conferência da Generation W (www.genwnow.com), que aconteceu em Jacksonville, Flórida, uma pergunta foi proposta por várias apresentadoras: se a Polícia tivesse mais mulheres, haveria menos violência e as comunidades ficariam mais seguras?

A xerife Sadie Darnell do Condado de Alachua em Gainesville, Flórida, e membro do Painel Geração W disse que as mulheres não estão recebendo o crédito por ter habilidades como estratégia, por serem boas planejadoras ou serem capazes de mediar, ao invés de recorrer à força física, porém os números definitivamente mostram que há menos queixas de brutalidade quando você tem mais mulheres na força de segurança pública.

Nos Estados Unidos, há somente 13% de mulheres na polícia, de acordo com o Centro Nacional para a Mulher e o Policiamento (womenandpolicing.com) e há menos queixas contra policiais femininas do que contra policiais masculinos, conforme relata Jay Newton-Small em seu livro “Broad Influence: How Women are Changing the Way America Works”. Isso, traduzido em números, mostra que um policial homem tem 8,5 vezes mais chance de sofrer uma queixa de uso de força excessiva do que uma policial mulher (womenandpolicing.com/PDF/2002_Excessive_Force.pdf). Quando se considera os custos derivados de processos de responsabilidade por força excessiva, o policial do sexo masculino custa entre 2,5 e 5,5 vezes mais do que a média das mulheres policiais. O oficial masculino médio é de duas a três vezes mais provável ter sido indiciado em uma queixa de força excessiva por um cidadão. O que leva Newton-Small a concluir que as mulheres tendem a usar menos suas armas, a procurar soluções sem uso da força física e são muito melhores no trato com a comunidade.

Quando Sadie Darnell tornou-se policial, no final dos anos 1970, ela pesava 45 kg e tinha 1,60 de altura. Enquanto as pessoas ao redor dela pensavam que ela estaria em posição perigosa mais frequentemente, ela rapidamente aprendeu que deveria usar sua inteligência emocional para evitar aumentar o nível de tensão e violência.

Porém, trazer mais mulheres para a Polícia é um desafio. Em 1971, as mulheres representavam apenas 1,4% de todos os policiais. Mais de 40 anos depois, esse número só cresceu para 13%. Michelle Cook, diretora de patrulha e execução do Escritório do xerife de Jacksonville e membro do painel da Geração W, disse que uma maneira de atrair mulheres é reformular a imagem da Polícia. As mulheres são atraídas para o trabalho social e o policiamento é o melhor trabalho social que existe, nada pode ser mais significativo que garantir a segurança.

Se mais mulheres pensassem em como poderiam tornar as coisas melhores e mais seguras juntando-se à Polícia, elas estariam mais propensas a se inscrever.

Imagina-se o trabalho policial como correr e atirar em bandidos, coisa que raramente, raramente mesmo, acontece, quando acontece. A maioria do que se faz no dia a dia é apenas lidar com pessoas que estão tendo uma crise e ajudá-las a superar essa crise. Que os que fazem políticas públicas procurem conhecer mais essas pesquisas e aplicá-las em nossa tão violenta sociedade!