Em busca de tudo e de mim mesma

Escritora-fantasma (“ghost writer“)

Essa foi a frase que saiu, certo dia, ao ser questionada por uma psicóloga sobre quem sou eu. A resposta soou poética e logo ela riu e falou: “Daria um bom texto”.

A Juliana vinha, desde o primeiro dia, alimentando algo que já havia em mim, que é a vontade de me expressar por palavras, mas que nunca deixei aflorar publicamente, porque falar sobre mim e exposição são duas coisas que não combinam comigo.

E depois disso, essa frase, dita tão espontaneamente, não me largou mais… algo dizia que tudo aquilo que há tempos eu buscava, estava começando a se abrir em um horizonte maior do que eu poderia pensar e imaginar que existisse.

Buscar a tudo, era uma forma de não buscar a mim mesma, era uma fuga! Porque agora entendo que ninguém compreende nada de fora se não compreender dentro de si primeiro. Tudo está dentro!

A forma que vemos o exterior, sempre será um reflexo de como estamos por dentro. Por isso algumas pessoas acham dias ensolarados péssimos e dias de chuva ou nublados lindos e vice-versa. Muitos preferem a praia no verão, lotada, e outros o silêncio do inverno, onde só o mar é testemunha dos seus pensamentos.

Nós mesmos temos dias de luz e dias de sombra. Dias em que o sol nos incomoda e queremos ficar no nosso silêncio, e dias em que queremos essa luz, necessitamos de algo que mude nosso padrão.

O importante é compreender que o que preferimos, não nos define melhores ou piores, mas determina o óbvio: somos únicos! E é nessa singularidade que mora a beleza de quem eu sou ou de quem você é. É nesta exclusividade que reina os desafios de convivência interna e externa, da aceitação de quem eu sou e o que posso melhorar, e de como você me vê e precisa compreender para me amar.

Na vida, não existe ninguém igual e também não há um ser se quer que veja as coisas da mesma forma que nós, por isso, qualquer explicação que venha de fora, será incompleta. Mesmo que ela venha acompanhada de provas. Porque a nossa visão interna determina o que vemos externamente.

E é nessa visão que hoje entendo que eu sempre estive e sempre estarei em busca de tudo e de mim mesma, porque sou uma metamorfose que oscila com a idade, com os hormônios ou que adquire novos conhecimentos e, por isso, nunca vou encontrar tudo que busco, porque entendi que o tudo é muito mais amplo do que pensei. E esse tudo, muda a todo minuto.

Tudo e eu mesma: eis duas coisas que nunca deixarei de buscar e de apreciar cada nova descoberta.