Sou uma mulher refém da própria vida

Amanda Marques
Professora

Eu sou Ana. Cresci em uma cidade pequena e provavelmente minha história é comum a muitas garotas. Comecei a namorar com João, o cara mais famoso da cidade, antes mesmo de completar 14 anos. E se há uma coisa certa nessa história é que sempre fomos um péssimo casal. Mas até aí, quem nunca brigou, discutiu ou perdeu a paciência? O problema é que a cada briga as tempestades pioravam e com o tempo vieram as traições, por parte dele, e eu passei a alimentar o rancor. Entre a inércia e a mudança muitas lágrimas correram pelo meu rosto. Na verdade, tomei tanta “porrada” da vida que deixei até de sentir dor. Me acomodei. O casamento era ruim, mas era o que eu tinha. Minha mãe sempre disse “Você vai ser muito feliz, mas primeiro precisa aprender a ser forte”. Para ser sincera, demorei a entender o sentido dessa frase.

Acho coragem uma coisa muito louca, “contagiosa” até, sabe? Se minha melhor amiga desistiu de uma gorda mesada semanal e diversas mordomias para ser gerente de um café em outra cidade, a felicidade poderia estar em qualquer lugar. Recomeços devem existir, não é possível!  E estava na hora de eu procurar o meu. Finalmente chegou o meu momento de avaliar a situação, de pensar e reconhecer que mesmo achando que não merecia eu queria uma nova chance! Porque uma casa não faz um lar!

E felicidade não tem endereço fixo!

A história acima, é da Ana, personagem do livro “Meu caminho” de Amanda Marques. A escritora mineira retrata de forma consistente a vida de muitas pessoas em seu romance que é ficção, mas vereda para a verdade absoluta: o imperfeito é dissolúvel e nenhuma realidade está fadada a continuar como está.