Dia da Independência do Brasil

Prof. Maurício da Silva
Mestre em Educação, mauricio.silva@unisul.br

Em 7 de setembro de 2018, comemoram-se 196 anos de Independência do Brasil.
Do ‘Grito do Ipiranga’, em 1822, aos gritos contra a corrupção e a ineficiência, nos dias atuais, os brasileiros manifestam, sobretudo, nesta data, as dependências que o País precisa superar. Em 1822, era preciso tornar-se independente de Portugal. Atualmente, dos maus brasileiros que infelicitam a Nação. 

Nos anos 60, sob o populismo dos presidentes Getúlio, Juscelino e Jânio, prevaleceu o patriotismo nos desfiles de 7 de setembro: “Ou ficar a Pátria livre ou morrer pelo Brasil” (trecho do Hino à Independência do Brasil).

Nas décadas de 70 e 80, enquanto a ditadura militar anunciava o Milagre Brasileiro, protestava-se, paralelamente, aos desfiles oficiais – por meio de cartazes e pichações nos muros – contra o Regime (“Abaixo a ditadura”), o entreguismo do Brasil para os Estados Unidos da América (“Quem te USA não te ama”) e contra o agravamento da dívida externa, o arrocho salarial e o Fundo Monetário Internacional (“Fora FMI”).

Na década de 90, com o fim da ditadura e a cidadania, em parte, resgatada pela promulgação da Constituição cidadã, junto às prerrogativas dos civis para elegerem o presidente da República, surgiu, nos desfiles oficiais, o “Grito dos Excluídos”. Uma forma de denunciar injustiças e a vida indigna de muitos brasileiros.

A partir de 2013, somaram-se ao “Grito dos Excluídos” os gritos contra a corrupção e a ineficiência, simbolizados pelos roubos milionários de dinheiro público via Mensalão, Petrolão, Lava Jato e pela deterioração dos serviços públicos. 

O Brasil, no entanto, jamais se tornará independente – da incompetência e do conluio entre maus empresários (Odebrecht, etc.) e indecentes representantes do Poder Público – por meio de Regimes de “Exceção” ou de aventuras, como foi com Getúlio Vargas (1937), os militares (1964) e Collor (1990). Eles agravaram o que estava ruim.

Conseguirá, se cada brasileiro e as instituições fizerem o dever de casa: 1) Polícias, Ministério Público, Controladorias e Justiça investigarem e punirem no limite e no rigor da lei os comprovadamente culpados e fazerem retornar aos cofres públicos o dinheiro roubado. (O país não pode depender de heróis sazonais como Joaquim Barbosa, no Mensalão e Sérgio Moro, na Lava Jato). 2) Governos e Casas Legislativas municipais, estaduais e federal, derem exemplo de eficiência, transparência e foco, sobretudo,  na Educação; 3) Eleitor, não se omitir nem vender o voto – ou maus políticos continuarão furtando dinheiro público para comprá-lo; 4) Imprensa, divulgar descumprimentos de quem quer que seja; 5) Cidadãos vigiarem os Três Poderes por meio dos Portais de Transparência e da Lei de Acesso à Informação.

Assim, nos próximos dias da Pátria, os gritos serão de orgulho por, coletivamente, termos construído um Brasil decente, menos desigual e melhor para todos.