A consulta pública para o nome colégio Dehon em 1957

Evaldo Avila da Silva
Engenheiro de Minas, ex-aluno do Ginásio Sagrado Coração de Jesus e do Colégio Dehon
tecnomin.mineracao@gmail.com

O nome  Colégio Dehon foi definido por uma consulta pública feita junto aos alunos do então Ginásio Sagrado Coração de Jesus. O padre e diretor Odo Haelcker SCJ havia sucedido às duas lideranças da Congregação que fundaram o Ginásio, padre Dionysio da Cunha Lauth SCJ (conhecido elegantemente por Dio junto à comunidade acadêmica) e padre José Schmitt SCJ (sigilosamente Zéca, especialmente para os internos). Padre Odo era um entusiasta do projeto de funcionamento do Curso Científico no ano de 1958. Estava sempre a fazer comentários nos corredores avarandados do Ginásio para que todos tivessem conhecimento do significado daquele avanço para o novo patamar de ensino. Um dos pontos importantes seria o uso obrigatório da gravata para frequência nas aulas (os alunos externos acabaram usando para amarrar os livros até a entrada do portão e os internos jogavam futebol engravatados).

Para dar maior importância  ao seu pensamento, padre Odo entendeu de promover, junto a todos os alunos matriculados no Ginásio, uma consulta pública com opção de dois nomes: Colégio Tubaronense e Colégio Dehon.

Ocorre que o Ginásio Sagrado Coração de Jesus polarizava o Sul do Estado todo. Aqui tínhamos representantes de famílias conhecidas de Lauro Müller (Doneda, Rodrigues, Lima, Tournier, Ruzza, Danielski), Orleans (Alberton, Bertoncini, Volpato, Pfutzenreuter, Soares), Criciúma (Búrigo, Ghedin, Ghellere, Zaccaron, Carvalho, Bortoluzzi, Casagrande, Daltoé, Silvestre), Araranguá (Pereira, Pitsh, Espíndola), Imbituba (Costa, Cargnin, Coelho, Figueiredo, Cotrim, Bittencourt), Laguna (Speck, Rocha), Braço do Norte (Sandrini, Michels, Volpato, Martins, Ghizoni, Souza), Gravatal e Armazém (Filet, Mendonça, Beckauser, Knabben, Oliveira), São Ludgero (Schlikmann),  Urussanga (Mariot, Gazolla, Tonelli, Rocha, Nichele, Nicolazzi), Jaguaruna (Schmitz, Pereira, Avila, Cabral, Lapolli), Jacinto Machado e Meleiro (Boff, Tomazi, Lumertz),  Siderópolis (Figueiredo, Monteiro, Grandmaison, Silva, Wolff), Florianópolis (Phillipi, Monguilhot, Luz), São Joaquim (Cordella, Cândido, Palma, da Silva), Morro da Fumaça (Savaris, Salvan), Treze de Maio (Fretta, Bez Fontana, Nandi), Pedras Grandes (Quarezemin, Felippe), entre outros.

Havia um sentimento generalizado de que o Ginásio Sagrado Coração de Jesus tinha uma amplitude regional e que esta orgulhava a todos. Nem podia ser diferente. Seu hino, cantado em coro nos encontros festivos,  marcava na primeira estrofe: “Ginasianos tubaronenses, marchemos firme na vanguarda pelo Sul – Erguendo altivos catarinenses –  O nome lindo de Cidade Azul”.

Na hora da consulta pública do padre Odo falou mais alto esse regionalismo. Ganhou Colégio Dehon na proporção de oito para dois do Tubaronense.

Estava, também, feita a homenagem ao padre Léon Gustave Dehon (Leão João Dehon SCJ), fundador da Congregação na França no século 19.