Nesta terça-feira (3), um pastor e um ex-servidor comissionado da Prefeitura de Florianópolis foram presos preventivamente durante a operação “Pecados Capitais”. A ação, conduzida pela Delegacia Especializada no Combate à Corrupção da Capital (Decor), investiga desvios de recursos públicos entre 2020 e 2022.
Além das prisões, foram cumpridos 21 mandados de busca e apreensão em Santa Catarina e Mato Grosso, resultando no sequestro de bens avaliados em mais de R$ 3 milhões.
Investigação aponta superfaturamento em serviços sociais
A investigação apontou suspeitas de superfaturamento em contratos vinculados a dois projetos sociais. Na Passarela da Cidadania, destinada a atender pessoas em situação de vulnerabilidade, foram identificadas notas fiscais fraudulentas emitidas por lavanderias. Já no Restaurante Popular, foram constatadas irregularidades em contratos relacionados a limpeza, vigilância, jardinagem e manutenção predial, reforçando indícios de má gestão e desvios nos recursos públicos.
Empresas contratadas pelas organizações sociais teriam superfaturado serviços, direcionando os valores excedentes para dirigentes e agentes públicos envolvidos.
Operação abrangeu SC e MT
Com a participação de 74 policiais, os mandados foram cumpridos em várias cidades, incluindo Florianópolis, Palhoça, São José, Canelinha e Rondonópolis (MT). Entre os itens apreendidos estão:
- R$ 23 mil em espécie;
- Cinco veículos;
- Imóveis e contas bloqueadas com valores totais de até R$ 3 milhões.
O que disseram as entidades e a prefeitura
A prefeitura informou que os fatos investigados ocorreram antes da atual gestão e que auditorias internas já haviam sido iniciadas em relação à entidade que administra o Restaurante Popular. A gestão atual aplicou punições e determinou a devolução de recursos.
A Nurrevi Brasil, uma das organizações investigadas, declarou confiar nas autoridades e informou ter disponibilizado toda a documentação requerida. Já a Aminc não se pronunciou até o momento.
Contexto do caso
A operação investiga interferências na contratação das entidades investigadas, com foco em benefícios pessoais e superfaturamento de serviços. O caso continua sob apuração e pode levar a novas revelações sobre o esquema de corrupção.