A enchente e a maleta de madeira

Nascida 25 anos após a trágica enchente que assolou Tubarão e região em março de 1974, Ângela Bittencourt Cardoso, de apenas 10 anos, surpreendeu a professora e familiares ao escrever um texto com outra visão sobre o fato. Tudo começou na aula de português da professora Catia Alves Barcelos de Oliveira, na 5ª série do ensino fundamental da Escola Técnica de Comércio de Tubarão (ETCT).

O relato de Ângela foi feito a partir de um único objeto: uma maleta de madeira do avô materno, Ataliba Cantuário Bittencourt, o seu Tim, hoje com 80 anos. A mala foi a única coisa que o patriarca conseguiu tirar de dentro de casa, horas antes da residência ser levada pelas águas.

Moradora no bairro Sertão dos Corrêa, a poucos metros de onde os avós residiam em março de 1974, Ângela começa a sua história neste ponto. Através da velha maleta, guardada até hoje por seu Tim como um troféu, a menina relata como a vida foi reconstruída apenas com o que tinha dentro da maleta: alguns documentos e um punhado de dinheiro.
“Ela realizou uma verdadeira monografia, com um trabalho de campo e uma história rica em detalhes, inclusive com imagens comparativas”, elogia a professora.

E a vida recomeça
A maleta do avô da aluna Ângela Bittencourt Cardoso é o símbolo do recomeço. No trabalho escolar da garota, os avós Ataliba Cantuário Bittencourt, o seu Tim, e dona Etelvina Carara são os narradores e os protagonistas de uma história real. Em março de 1974, eles tinham seis filhos quando a água começou a se apoderar da cidade, na dramática noite de 23 de março de 1974.

“Aquela noite foi estranha. Quando estávamos na porta de casa, algo nos dizia para voltarmos. Voltamos e Tim deu uma olhada em tudo e ficou entre o rádio novinho e a maleta, onde guardávamos documentos e dinheiro. Naquela época, não colocávamos dinheiro no banco, guardávamos em casa. Saímos impulsivamente de casa, só com a roupa do corpo e a malinha”, lembra dona Etelvina.

A avó de Ângela conta que foi com a união da família que tudo pôde ser reconstruído. “A sorte foi que tínhamos uma pequena olaria, que a água não levou. Ficava em um lugar mais alto. Passamos muitas dificuldades, faltava quase tudo”, emociona-se seu Tim, que construiu a sua casa ao lado da olaria, hoje desativada, e vive lá até hoje.

Convênio com a Texas Tech University
O Colégio Dehon tem novidade para o próximo ano. Com o convênio firmado com a faculdade Texas Tech University, dos Estados Unidos, o colégio oferecerá, em 2010, aulas em inglês de diversas matérias. Além do diploma do Dehon, as aulas darão direito a um diploma válido para universidades norte-americanas e européias. O Dehon será o único da região a oferecer essa oportunidade.

As aulas serão um programa a parte, oferecido para alunos de 7ª e 8ª do ensino fundamental e 1ª série do ensino médio. Para participar, haverá uma seleção através de uma prova de inglês. O objetivo é oportunizar aos alunos a diplomação válida para o ingresso em universidades fora do Brasil. “O mundo globalizado está em sintonia com as políticas de internacionalização da Unisul”, lembra o diretor do Dehon, José Antonio Matiolla.

As matrículas já estão abertas e podem ser feitas na secretaria do colégio. Mais informações pelo telefone (48) 3621-3007.