O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirou o sigilo do relatório da Polícia Federal (PF) sobre o chamado “inquérito do golpe”, que apura a tentativa de golpe de Estado em 2022, nos últimos meses do governo Jair Bolsonaro. Apesar disso, a delação premiada do coronel Mauro Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente, permanece sob sigilo. Moraes também enviou o material à Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá se denuncia os 37 indiciados, incluindo Bolsonaro e dois de seus ex-ministros.
Delação de Mauro Cid segue em sigilo
Apesar de o relatório da PF ter sido tornado público, a delação de Mauro Cid continua restrita para proteger informações sigilosas que podem influenciar o andamento do caso. O relatório, enviado ao STF no último dia 21, detalha ações e planos que incluíam discursos para desacreditar o sistema eleitoral e, em casos extremos, a eliminação de autoridades como Alexandre de Moraes, Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin.
Procuradoria-Geral da República só deve decidir em 2025
Integrantes da PGR já afirmaram que a análise dos documentos só deve ser concluída a partir de fevereiro de 2025, devido ao tamanho do relatório e ao recesso de final de ano. O trabalho incluirá a avaliação das provas e depoimentos colhidos ao longo de dois anos, envolvendo ações e omissões que ameaçaram a democracia no Brasil.
Investigação remonta a ações desde 2022
A investigação da PF começou em 2023, mas as ações investigadas remontam a 2022. Elas incluem desde a disseminação de discursos de descrédito contra as urnas eletrônicas até a elaboração de planos para um golpe, como o encontrado na casa do ex-ministro Anderson Torres. Os eventos culminaram nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, que são tratados em um inquérito separado.