A maior barragem de Santa Catarina, localizada em José Boiteux, no Vale do Itajaí, amanheceu com paredes e muros destruídos na quinta-feira (6). A estrutura, que serve para reduzir os impactos das chuvas, é motivo de impasse entre o povo Xokleng e o governo estadual. Enquanto o governo afirma que a depredação foi causada pelos indígenas, o cacique Setembrino Camlem nega a acusação e diz que os moradores ouviram barulhos, mas não se aproximaram por medo.
Governo acusa indígenas, mas cacique nega envolvimento
O governo de Santa Catarina afirmou que a barragem foi depredada pelos indígenas que vivem na região. No entanto, o cacique Setembrino Camlem rebateu a afirmação, dizendo que os próprios moradores ouviram barulhos durante a madrugada, mas não se aproximaram por medo. A Polícia Federal foi acionada, mas ainda não se pronunciou sobre o caso. O Ministério Público Federal (MPF) abrirá uma investigação para apurar os fatos e responsabilizar os culpados.
Barragem é alvo de impasse entre indígenas e governo
A barragem de José Boiteux foi construída em terra indígena e é motivo de conflito há anos. Os Xokleng reclamam que o acionamento da estrutura alaga suas casas e pedem assistência. O governo, por sua vez, afirma que a manutenção da barragem é essencial para a segurança hídrica da região. A Defesa Civil havia planejado consertar a estrutura, mas a Funai negou a entrada no local, o que impediu a ação.
Governador anuncia construção de casas para indígenas
Durante visita à região, o governador Jorginho Mello anunciou a construção de 52 casas de alvenaria dentro da terra indígena, sendo 30 destinadas à comunidade Xokleng. A iniciativa faz parte de um acordo com o MPF desde 2014 e busca resolver pendências antigas. No entanto, não há data definida para o início das obras. O governo reforçou que não negociará sob pressão de atos de vandalismo, mantendo o diálogo como base para a solução dos conflitos.