Maior banco da Alemanha não recomenda investir no Brasil

Foto: Reprodução das mídias - Divulgação: Notisul Digital

Recentemente, uma nota do Deutsche Bank ganhou as manchetes, desencorajando seus clientes a investir no Brasil. A justificativa? Segundo o banco alemão, o governo Lula 3 estaria se assemelhando perigosamente ao segundo mandato de Dilma Rousseff, um período marcado por recessão, perda de credibilidade econômica e intervenções desastrosas no mercado.

A comparação é forte e, para muitos, alarmante. O segundo mandato de Dilma ficou gravado na memória do mercado como um dos piores momentos econômicos recentes do país: descontrole fiscal, inflação galopante e uma política econômica que parecia desafiar a lógica. Mas será que o Brasil de hoje realmente caminha na mesma direção?

O Contexto Atual

A principal crítica do Deutsche Bank parece estar atrelada à gestão fiscal e à falta de clareza nas políticas econômicas. O Brasil, sob o governo Lula, busca conciliar aumento de gastos sociais com a manutenção de um arcabouço fiscal minimamente crível. A equipe econômica, liderada por Fernando Haddad, prometeu responsabilidade fiscal, mas enfrenta resistência política e questionamentos sobre como, de fato, isso será executado.

Outro ponto crucial é a percepção de intervenção estatal, especialmente no setor de energia e petróleo. Declarações recentes sobre “controle de preços” e diretrizes para empresas estatais trouxeram à tona temores de um retorno ao período em que medidas intervencionistas desestruturaram setores inteiros da economia.

Riscos e Oportunidades

Apesar das críticas, nem tudo é sombrio. O Brasil ainda possui vantagens competitivas relevantes: sua posição estratégica como exportador de commodities, reservas internacionais robustas e uma taxa Selic elevada que atrai investidores de renda fixa. No entanto, esses fatores positivos podem ser rapidamente ofuscados se a credibilidade econômica continuar sendo questionada.

O alerta do Deutsche Bank é um sinal para que o governo reavalie sua comunicação e sua execução de políticas econômicas. O mercado, afinal, é sensível à previsibilidade — ou à falta dela.

Dilma 2.0?

A comparação de Lula 3 com Dilma 2 pode ser um exagero, mas é um recado claro de que o mercado internacional está atento e cético. Cabe ao governo demonstrar que aprendeu com os erros do passado e que pode, sim, avançar em uma agenda que combine inclusão social com responsabilidade fiscal.

Se o Brasil não quiser repetir o desastre de 2015, será necessário construir pontes — com o mercado, com os investidores e com a sociedade. Afinal, a confiança, uma vez perdida, é difícil de reconquistar.