Após a morte de Mirna e seu pai Raef Hussein Nasser, vítimas de um bombardeio no Líbano, a mãe da adolescente e seus três filhos pequenos estão em busca de refúgio no Brasil. Segundo Solange Barbieri, cunhada de Raef, eles estão mudando de lugar constantemente para fugir dos ataques, sem uma casa ou destino certo.
A casa da família foi destruída no ataque de 23 de setembro, e o Itamaraty ainda não deu respostas concretas sobre a ajuda com a vinda deles para o Brasil. As crianças e sua mãe, Ikram Yassine, estão refugiados em escolas, mesquitas e viadutos enquanto tentam chegar a Santa Catarina.
Dificuldades para deixar o Líbano
A especialista em direito internacional Priscila Caneparo explicou que a situação da família se torna mais complicada por Mirna ter falecido no Líbano, o que impede a entrada mais rápida dos familiares no Brasil.
Entre os desafios enfrentados:
- A falta de vistos, necessários para que libaneses entrem no Brasil
- A necessidade de solicitar refúgio após a chegada, um processo burocrático demorado
- A ausência de parentes brasileiros no território brasileiro, o que dificultaria o pedido de reunião familiar
A história de Mirna e seus planos para o Brasil
Mirna, que nasceu em Balneário Camboriú, deixou o Brasil quando tinha apenas 1 ano e 2 meses. Seu desejo era retornar ao país para conhecer a cidade onde nasceu assim que terminasse os estudos. Segundo familiares, ela era uma estudante dedicada e sonhava com o futuro.
Infelizmente, no dia do ataque, Mirna e o pai haviam retornado à residência para buscar roupas e materiais escolares. Pouco antes de morrer, a adolescente ainda conseguiu enviar uma mensagem à mãe, expressando a sensação de que algo ruim iria acontecer.
Esforços do governo brasileiro
O governo brasileiro lamentou profundamente a morte de Mirna e reforçou seu apelo para que os ataques aéreos no Líbano cessem imediatamente. O Itamaraty informou que a Embaixada do Brasil em Beirute está prestando o apoio necessário à família.