Início Geral Mãe reencontra filho 38 anos depois dele ser raptado na porta de...

Mãe reencontra filho 38 anos depois dele ser raptado na porta de maternidade do DF

Após 38 anos, uma moradora de Brasília finalmente descobriu o paradeiro do filho recém-nascido roubado na porta do Hospital Regional do Gama. Graças a um exame de DNA, foi descoberto o paradeiro da criança, hoje um homem que vive em João Pessoa. Detalhes sobre a investigação e a situação de mãe e filho foram dados pela Polícia Civil do Distrito Federal na manhã desta quinta-feira (25/4).

Eram 11 de fevereiro de 1981, e Sueli Gomes da Silva tinha apenas 16 anos quando recebeu alta do hospital, após dar à luz dois dias antes. Ao sair da unidade de saúde, a adolescente, que vivia em um abrigo desde os 9 anos, foi orientada, por uma funcionária que a acompanhava, a fazer uma ligação de um orelhão próximo à responsável pelo orfanato. 

Sueli, hoje com 56 anos, deixou o bebê com a mulher e foi ao telefone. Quando retornou, o filho, Luiz Miguel, já não estava mais com a mulher. À polícia, Sueli contou que, ao indagar sobre o que tinha acontecido com a criança, ouviu a ordem de ficar calada e se esquecer do menino. Ela tentou encontrar o filho durante muito tempo, mas não descobria nenhuma pista. 

Agora, com a comprovação da identidade do filho, Sueli, que mora em Goiânia, conversou com ele pela primeira vez, por telefone, na quarta-feira (24/4). Ansiosa, ela planeja encontrá-lo pessoalmente o mais breve possível. “É uma história linda, com um final lindo”, ela diz (leia entrevista com Sueli).

Carta à polícia

Órfã e vítimas de abusos desde a infância, Sueli sofreu durante mais de 20 anos em silêncio com o roubo do filho. Em 2013, não mais uma adolescente assustada, ela tomou coragem para contar sua história à polícia. Escreveu uma carta à mão, contando tudo o que havia sofrido e denunciando o roubo do filho. “Ela já havia sofrido abusos sexuais e passado por muitas dificuldades no abrigo, e resolver expor isso em um relato pessoal bem emocionado”, diz o responsável pela investigação, delegado Murilo Freitas, da 14° Delegacia de Polícia (Gama). 

O depoimento esclareceu o que aconteceu naquele 11 de fevereiro. Sueli saiu do hospital acompanhada de dois funcionários do abrigo, um homem e uma mulher. Na porta da unidade de saúde, a funcionária se ofereceu para segurar o bebê e pediu para que ela fosse ao orelhão ligar para a dona do abrigo, uma mulher chamada Marta.

No telefonema, Marta foi ríspida com Sueli e disse que o bebê não poderia ficar mais no abrigo. Depois de perguntar sobre o filho à funcionária, a jovem ainda achou ter visto uma terceira suspeita, com um lenço na cabeça, dentro de um carro próximo ao HRG. Porém, não viu mais a criança.

Sair da versão mobile