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Mãe de fugitivo entrega filho no presídio de Tubarão após 24h em ‘liberdade’

Rafael Andrade

Tubarão

Jean Franck Machado, de 34 anos, natural e morador da Cidade Azul, retornou ao Presídio Regional Masculino de Tubarão, no bairro Bom Pastor, por volta das 16h desta quarta-feira (18). O homem, que cumpre pena por tráfico de drogas, furto, roubo, invasão de residência e crime de ameaça, havia fugido da unidade carcerária no início da tarde desta terça (17), acompanhado de outros três detentos, todos do Regime Fechado.

A mãe de Jean foi a responsável pela ‘boa ação’ do dia. Foi ela quem persuadiu o filho a se entregar e o levou nesta tarde à unidade prisional. O ato foi reconhecido por agentes penitenciários de plantão, que conduziram, o então fugitivo, para trás das grades.

Conforme informações de um funcionário do local, há falhas estruturais graves na instituição, inaugurada em 16 de novembro de 2010, inicialmente com o prédio do Regime Semiaberto. “Não há muro ao redor que dá acesso à rua. Estouraram uma gaiola que fica no pátio, que a gente chama de ‘brete’. O que cerca o presídio é uma cerca de tela de galinheiro. Não houve problemas de vigilância, mas sim físicos”, alerta.

Seguem à solta após a fuga desta terça-feira os detentos Osvaldo Henrique Zappe, de 27 anos, natural de Foz do Iguaçu (PR), Natan Machado da Silva, 20, de Rio Fortuna, e Welliton Pereira Camilo, 24, de Braço do Norte. Denúncias podem ser feitas diretamente para a PM por meio da Central Regional de Emergências no número 190. É importante citar que se alguém estiver ajudando os foragidos sabendo da situação estará coagindo em crime e poderá responder na justiça.

Há muito tempo que o Presídio Regional Masculino de Tubarão está com superlotação. O Regime Fechado tem 32 celas, com capacidade para oito reclusos cada, já o Semiaberto tem dez celas e capacidade para 12 reeducandos cada, mas a média deste último setor está entre 20 por cela, o que dá 240 detentos – capacidade deste setor é 120 -, bem acima do limite. No fechado, conforme informações internas, há entre 15 a 16 em cada cela, o que soma cerca de 500 encarcerados, mas a capacidade é de 256. Dificilmente uma unidade prisional em Santa Catarina segue o limite de lotação. Esta realidade ocorre com muita normalidade em praticamente todo o país, apesar de ações do Ministério Público e do Judiciário que pretendem coibir esta prática. A grande culpabilidade deste ‘depósito’ carcerário é do Estado, que não consegue suprir a demanda.

No dia da inauguração do Semiaberto em Tubarão (16/11/2010), o então governador à época, Leonel Pavan disse: “Gostaria de estar aqui na cidade inaugurando uma escola, e não um presídio. Só poderemos mudar toda esta dificuldade e reduzir o número de crimes, de presos e de unidades quando o investimento em educação for muito maior que o capital injetado em segurança pública”.

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