Livros e documentos resgatados no RS são congelados para restauração em SC

Foto: Reprodução das mídias - Divulgação: Notisul Digital
Na tarde de segunda-feira, um veículo refrigerado descarregou cerca de 250 volumes de livros e partituras da Biblioteca Pública de Camaquã e do Museu de Igrejinha, cidades gravemente afetadas pelas enchentes. O processo de descarregamento durou 20 minutos, e os itens foram rapidamente colocados nos freezers do laboratório para evitar danos.

Segundo o professor Cezar Karpinski, coordenador do Labcon, a técnica de congelamento é crucial para impedir o crescimento de fungos e preservar os documentos para tratamento posterior.

Análise inicial será feita nos próximos dias

A avaliação inicial dos documentos será feita a partir do próximo sábado (5), quando os especialistas começarão a abrir alguns pacotes para verificar o estado de conservação.

Rita Cunha, conservadora-restauradora com experiência na técnica de descongelamento, será uma das responsáveis pela primeira análise, juntamente com o professor Karpinski.

Processo de restauração pode durar dois anos

O trabalho de restauração dos livros e partituras envolve várias etapas, como secagem, higienização e reencadernação, e pode durar até dois anos, dependendo das condições do acervo. Cerca de 15 bolsistas, estagiários e voluntários participarão do processo. Entre os itens a serem recuperados estão documentos históricos valiosos, como partituras do século XIX e livros das décadas de 60 e 70.

O Labcon está enfrentando desafios como a falta de um gerador de energia, o que pode afetar o andamento do processo de descongelamento.

Técnica rara e custo elevado

A técnica de congelamento é pouco utilizada no Brasil devido ao seu alto custo, o que torna o trabalho do Labcon ainda mais valioso, especialmente por ser realizado de forma gratuita. O professor Karpinski destaca que dificilmente um museu público teria condições de arcar com os custos desse processo se fosse feito por uma empresa privada.