Taxas absurdas

Com relativa frequência vimos pessoas acessarem os créditos mais caros do mercado e o que é ainda mais espantoso, o acessam desnecessariamente.

O primeiro da lista é o cheque especial. Essa é uma das taxas de crédito mais caras, aderida muitas vezes, por puro descuidado. O cheque especial é uma linha de crédito que o banco oferece (ou empurra goela abaixo) sem que você peça. Ao solicitar a retirada desse limite, não é raro o bancário ser relutante. Digo mais, eu mesma já ouvi de uma bancaria que o cheque especial é obrigatório a todos os correntistas, o que obviamente não é verdade. Por ser automático, muitos acabam acessando sem perceber, passam o cartão de débito e como nenhum tipo de notificação é enviada, só ficam sabendo que acessaram essa linha de crédito ao olhar o extrato (muitas vezes com dinheiro na poupança ou em outra conta).

Só tem acesso a cheque especial quem é correntista, apesar de alguns bancos estarem concedendo cheque especial até para contas universitárias, o que não é permitido. Como correntista, o cliente tem acesso a outras linhas de crédito do banco, porém elas não são automáticas. É necessário procurar a agência, solicitar o empréstimo, passar pela aprovação e etc, mas a taxa é bem inferior aos absurdos 400% ao ano do cheque especial (observação: essa taxa varia de banco para banco, 400% a.a. é aproximadamente o que cobram os grandes bancos).
Outra gigante também acessada por simples descuido, é a taxa do rotativo do cartão de crédito que muitas vezes passam de 650% a.a. Ao se ver sem dinheiro para quitar o valor integral da fatura, muita gente paga o valor mínimo, quando o que deveria ser feito é (nessa ordem):

1o) vender coisas que não usa;
2o) vender coisas que usa, mas que não são essenciais;
3o) fazer trabalhos extras no final de semana ou a noite (se tiver que faxinar, qual o problema?)
4o) procurar o banco para verificar se consegue captar dinheiro a taxas mais baratas
5o) não conseguindo nenhuma das anteriores, buscar o parcelamento da fatura, ao invés de pagar parcial. Parece a mesma coisa mais não é. Alguns cartões de crédito dão a possibilidade de parcelar a dívida diretamente com o cartão. Os juros também são altos, motivo pelo qual essa deve ser a última alternativa, mas, apesar de altos, os juros do parcelamento costumam ser bem menores que do crédito rotativo, que é acessado automaticamente quando a pessoa escolhe pagar apenas o valor mínimo.

A conclusão de tudo isso: componha a sua reserva de emergência e vá ao seu banco pedir para tirarem o cheque especial. Vão ser relutantes, tentarão te convencer que aquele crédito é a oitava maravilha do mundo e por fim, dizer que vão deixar apenas o valor mínimo. Quem tem reserva de emergência acessível a qualquer hora, não precisa de cheque especial, cancele-o.

Cartão de crédito deve ser usado apenas para sua organização financeira ou para quando o desconto para pagar a vista não compensa, o que rende seus investimentos. Vendedores costumam dizer: “Ah, mais dá para parcelar”, furada! Se não tem dinheiro para comprar a vista não parcele e não compre. Agora, se já está endividado, pesquise a forma mais barata de sair dessa dívida. Como regra geral do uso de crédito, tudo que for automático, fácil e sem espera é mais caro.

Para me seguir nas redes sociais: Instagram @camilascussel / Youtube: Juro que da certo / facebook.com/juroquedacerto  / Lista vip whataspp: 48 9974 0804