Já que estamos em outubro, que tal falar sobre o dinheiro das crianças?

Antes de qualquer outra coisa, já parabenizo os pais que têm a consciência de guardar dinheiro para o estudo de suas crianças. Sei perfeitamente que há aqueles cujas condições financeiras realmente não o permitem, mas também há os que preferem viver o hoje, e o futuro “seja lá o que Deus quiser”…

Há também muitas pessoas com baixa percepção financeira que pensam da seguinte forma: “ah, pra que vou deixar de comprar esse avião pegando fogo? Em que R$ 100 por mês fariam diferença?”.
Pois bem. Segue uma simulação: Se você, papai, poupa R$ 100 por mês desde o nascimento do remelento e aplicar esse dinheiro a uma taxa de 10% ao ano, ao chegar a 18 anos, seu pimpolho crescido terá uma poupança de R$ 57.188,28. Nada mal para começar uma faculdade né?

Agora suponhamos que esse jovem não usou o dinheiro para estudar, porque entrou em uma universidade pública, ou porque custeou seus estudos com a renda de seu trabalho – palmas para esse jovem! E simplesmente manteve esse dinheiro aplicado à mesma taxa e sem adicionar mais nada. Aos 50 anos, poderia se aposentar com uma robusta poupança de R$ 1.207.395,98, dinheiro que só de juros renderia mais de R$ 9 mil por mês (pausa para o arregalar de olhos).

Algo em que muitos papitos do tipo consciente e com percepção financeira ainda acabam falhando é colocar o dinheiro dos pequenos na caderneta de poupança, magrela e raquítica. Se o dinheiro é para o futuro dos filhotes aplique em algum investimento de longo prazo que pague juros maiores. Em especial, aplique em investimentos indexados à inflação, para se proteger dela no longo prazo.
Se não entendeu o que eu acabei de dizer, vou explicar melhor: inflação todo mundo sabe o que é né? São aqueles vírus que ficam escondidos em ambientes como supermercados, farmácias, postos de combustíveis e que alteram os preços das etiquetas, sempre para cima. Hoje, com R$ 200 mil, você consegue comprar um pequeno apartamento. Daqui a 20 anos, a depender de como os vírus da inflação trabalharem, pode ser que você compre no máximo um casal de coelhos.

Para proteger seu capital da inflação no longo prazo, há investimentos que são indexados ao IPCA ou ao IGPM, que são índices inflacionários oficiais. Quando um investimento é indexado a um desses índices, ele paga x% acima do índice inflacionário e, dessa forma, protege seu capital para que ele não seja devorado pelos vírus inflacionários maléficos.

Pergunta que 150% das pessoas fazem: “isso é seguro?”. Há vários tipos de investimentos indexados à inflação, e cada um tem seu nível de segurança. Debentures têm um nível de risco maior, por não contar com a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Títulos da dívida pública são garantidos pelo tesouro nacional, por isso são mais conservadores (vulgo seguros) inclusive do que a própria caderneta de poupança. A caderneta não é e nunca foi garantida pelo governo como várias pessoas pensam. Além disso, não se esqueçam que o Collor ainda não morreu.

Pesquise, informe-se, se quiser “trocar uma ideia” me escreva, mas acima de qualquer coisa, nunca menospreze pequenos gastos ou o poder dos juros compostos.

(Camila Scussel nas mídias digitais – Facebook e YouTube: juroquedacerto).
Dando continuidade ao assunto, falarei no vídeo desta semana sobre mesada para crianças.

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