Inflação em alta e PIB em queda no Brasil para 2025

FOTO Senado Federal Divulgação Edifício-Sede do Banco Central do Brasil em Brasília
O Boletim Focus divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira, dia 2, trouxe um misto de esperança e preocupação para a economia brasileira. Enquanto a previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024 subiu levemente para 2,46%, as projeções para 2025 indicam uma desaceleração significativa, com a taxa de crescimento prevista caindo para 1,85%. Esse cenário sugere que, apesar de uma recuperação moderada no curto prazo, o Brasil enfrenta desafios substanciais para sustentar um crescimento econômico robusto no médio e longo prazo.

A inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), também foi revisada para cima, com a expectativa de que atinja 4,26% em 2024. Embora este valor permaneça dentro do intervalo de tolerância estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional, ele evidencia uma pressão inflacionária persistente que, se não for controlada, poderá prejudicar ainda mais a economia. A manutenção da taxa Selic em 10,5% ao ano reflete essa preocupação, mostrando que o Banco Central permanece vigilante, mas ciente das limitações para cortes mais agressivos.

A situação fiscal do país é igualmente preocupante. Com um déficit primário de R$ 230,54 bilhões em 2023, o segundo pior resultado da história, o Brasil vê sua dívida bruta atingir 76% do PIB. A piora das contas públicas, aliada ao elevado custo da dívida, que alcança R$ 776,3 bilhões em 12 meses, coloca o país em uma posição vulnerável. Essa combinação de baixo crescimento, alta inflação e desequilíbrio fiscal cria um cenário desafiador para o governo, que precisará adotar medidas mais eficazes para equilibrar as contas públicas e estimular o crescimento sustentável.

O Brasil enfrenta, portanto, uma encruzilhada econômica em 2025, com a necessidade urgente de reformas estruturais que possam promover estabilidade fiscal, controlar a inflação e impulsionar o crescimento econômico de forma mais consistente.