O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou um aumento de 1,31% em fevereiro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa foi a maior alta para o mês desde 2003 e representa uma forte aceleração em relação a janeiro, quando a inflação foi de apenas 0,16%.
Energia elétrica e educação puxam alta da inflação
Os preços subiram em todos os setores pesquisados pelo IBGE, mas os destaques ficaram para os grupos de Habitação, Educação e Alimentação e bebidas.
- Habitação: alta de 4,44%, impulsionada pelo aumento de 16,80% na energia elétrica residencial. O reajuste foi consequência da retirada do desconto do Bônus de Itaipu aplicado em janeiro.
- Educação: avanço de 4,70%, refletindo os reajustes das mensalidades escolares, com destaque para ensino fundamental (+7,51%), médio (+7,27%) e pré-escola (+7,02%).
- Alimentação e bebidas: aumento de 0,70%, influenciado pela alta nos preços de ovos (+15,39%) e café moído (+10,77%), apesar da queda da batata-inglesa (-4,10%) e do arroz (-1,61%).
Combustíveis e serviços também registram alta
O grupo de Transportes teve um aumento de 0,61% no mês, impactado pela alta dos combustíveis:
- Óleo diesel: +4,35%
- Etanol: +3,62%
- Gasolina: +2,78%
Além disso, o setor de serviços segue pressionado, acumulando alta de 5,32% nos últimos 12 meses. Esse é um dos pontos de atenção para o Banco Central, pois pode influenciar a taxa de juros.
Inflação supera meta do Banco Central
Nos últimos 12 meses, o IPCA acumula um aumento de 5,06%, acima do teto da meta do Banco Central, que é de 4,50%. A forte aceleração da inflação levanta preocupações sobre novas medidas econômicas para conter os preços nos próximos meses.