Maycon Vianna
Tubarão
Dor e revolta. Sentimentos que levam famílias ao desespero quando perdem um ente querido, especialmente vítima de crimes brutais. Diversas pessoas em Tubarão têm passado por essa situação. Foram cinco assassinatos na cidade em menos de um mês.
O caso que mais abalou a sociedade foi o que vitimou a pequena Lohana Gonçalves de Oliveira, de um ano e 11 meses, morta com um tiro na cabeça no último dia 27. Ela estava no carro com o seu pai, Renato Corrêa de Oliveira, em uma rua do bairro Morrotes.
“O tempo passará, mas não conseguiremos apagar da memória o que ocorreu com a minha neta. Foi um ato cruel, tiraram a vida de uma inocente que ainda não tinha noção real do quanto a vida é bela”, lamenta Sílvio Gonçalves, avô da menina.
Uma semana após o crime, a mãe de Lohana, Silvia de Oliveira, praticamente não consegue pensar em outra coisa que não seja o sorriso, a alegria e as últimas palavras pronunciadas pela filha antes do fatídico dia de sua morte. “Ela saiu com o pai e disse: ‘Mamãe, eu te amo!’. Essas palavras ficarão marcadas para sempre na minha memória. É difícil explicar o que senti. Um vazio enorme irreversível”, emociona-se Silvia.
A missa de sétimo dia de Lohana ocorreu ontem à noite, na Igreja Matriz de Morrotes.
A família de Taiane Espíndola, 20 anos, também está desolada com a perda. A jovem foi assassinada com um tiro, no dia 15 de julho, próximo à ponte Manoel Alves dos Santos (do Morrotes).
Os seus familiares, principalmente os que residem no bairro Fábio Silva, lamentam muito. “Uma jovem perder a vida assim, alvejada por um criminoso. Fica o sentimento de revolta. Ela tinha filhos, que agora estão órfãos de mãe. Justiça é o mínimo que se pode exigir”, declara uma prima da vítima.
A sociedade também preocupada e solidária ao sofrimento dos familiares do serralheiro Roge Moreira, 25 anos (morto no dia 5 de junho); Taiane Espíndola; Lohana Gonçalves de Oliveira; Fabiano Francisco da Silva, 29 (no último dia 31), e uma quinta vítima de assassinato de 27 anos (alvejado com três tiros no dia 20 de julho – morreu dias depois -, o seu nome não foi divulgado).
Dois jovens (um de 22 e outro de 16 anos) foram presos suspeitos de envolvimento nos crimes, mas a população continua com medo, preocupada com o fato de que possa haver mais vítimas.