Segundo dados do Comando da Polícia Militar de Imbituba, hoje, no município, são cerca de 300 mulheres inscritas no programa de medidas protetivas do judiciário local. O cadastramento, junto aos órgãos de Segurança Pública e a justiça, visa proteger as vítimas de violência familiar e doméstica de novas agressões.
O dado é preocupante e exige uma reflexão sobre o assunto. Até quando esse tipo de violência será destaque na sociedade? A pergunta, feita em um evento alusivo ao tema na Câmara de Vereadores de Imbituba nesta segunda-feira (04), reflete a indignação dos órgãos de Segurança Pública e dos poderes municipais constituídos (Executivo e Legislativo).
“Com base nesse tipo de questionamento, nós estamos criando o grupo de enfrentamento à violência doméstica. Muitas vezes, a violência passa despercebida, porque é tão frequente, que se torna algo normal. Não podemos deixar que isso passe despercebido aos olhos da sociedade. A violência contra a mulher precisa ser combatida diariamente”, disse o Prefeito de Imbituba, Rosenvaldo da Silva Júnior.
Segundo a vereadora Michela Freitas, que é ativista da causa, quando o assunto é violência doméstica, as coisas caminham devagar. “É importante salientar a importância da construção dessa rede de proteção. Com ela, todas nós estaremos juntas, fazendo com que as coisas realmente aconteçam”, reiterou, em discurso, a vereadora de Imbituba.
Durante a apresentação, o Comandante da Polícia Militar, Major Daniel Nunes, falou do projeto Protetores do Lar, que é uma parceria da PM com a Secretaria de Assistência Social, Trabalho e Habitação (Seasth) e a OAB. O projeto Protetores do Lar é destinado aos jovens do 3º ano do ensino médio, como forma de orientação ao combate à violência doméstica.
“É com satisfação que eu digo a vocês que, depois da implantação do projeto Protetores do Lar, nós não tivemos nenhum caso de feminicídio em Imbituba”, reiterou o Comandante Daniel Nunes.
Em meio ao debate, a Delegada de Polícia da Comarca de Imbituba, Patrícia Fronza, reafirmou a importância do combate à violência doméstica. “Em Imbituba, existe essa preocupação através do coletivo Juntas Somos Fortes, que está engajado na defesa das mulheres. Nós temos que pensar que a defesa da mulher deve ser atacada com as leis, bem como, com a política social, com o trabalho em rede e com o apoio da sociedade como um todo”, enfatizou a delegada Patrícia Fronza.