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Giro pelo país: Prefeito de Chapada (RS) convida médico cubano para a Secretaria da Saúde

Insatisfeito com o anúncio do Ministério da Saúde de Cuba, que decidiu retirar do país os profissionais que estão atuando no Programa Mais Médicos, o prefeito de Chapada, Carlos Alzenir Catto (PDT), convidou o médico cubano Richel Collazo para assumir o cargo de secretário municipal da Saúde. Desde 2014 atuando na cidade do Alto Uruguai, Collazo trabalha em uma das equipes de Estratégia de Saúde da Família (ESF).

Logo que tomou conhecimento da decisão de Cuba, o prefeito entrou em contato com Collazo e formalizou o convite para a Secretaria da Saúde. Além de destacar que o profissional é benquisto pelos moradores, Catto reforça a competência do profissional. “A população gosta dele. Fizemos uma publicação no Facebook informando a nossa decisão e a maioria das pessoas aprovou e parabenizou a prefeitura. Estou muito seguro do convite que fiz”, explica.

Preocupado com a possibilidade de perder um dos médicos do município, Catto relatou que o cubano pediu um tempo para avaliar a proposta. “Será uma grande perda se ele sair”, destaca. Para garantir a posse de Collazo, Catto já consultou o departamento jurídico da prefeitura. Na próxima semana, a ideia é conversar com os vereadores, uma vez que a Mesa Diretora precisa alterar a lei orgânica do município para permitir que estrangeiros possam assumir o cargo.

Edital com salário de R$ 11 mil não teve inscritos

No mês passado, a prefeitura abriu edital para três vagas de clínico geral, com previsão de 40 horas semanais e salário de R$ 11,1 mil, que é o teto do município. “Ninguém se inscreveu. Prorrogamos o prazo do edital, mandamos para as faculdades de Medicina da região e, de novo, não houve procura. O Conselho Federal de Medicina (CFM) diz que está sobrando médicos, mas ninguém vem se inscrever para Chapada, que paga salário em dia”, critica.

Catto ressalta que a cidade – de quase dez mil habitantes – oferece boa infraestrutura e fica próxima de Carazinho (45 quilômetros) e Passo Fundo (90 quilômetros), que conta com aeroporto. “Está difícil os médicos irem para o interior do Brasil. E no Rio Grande do Sul não é diferente”, observa. Catto afirma que os profissionais têm consciência de que parte dos seus vencimentos vai para o país caribenho. “Ninguém vem enganado. Sabem que vão receber um percentual, mas eles alegam que são médicos porque o governo bancou”, explica.

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