Tubarão: infertilidade masculina, o drama silencioso dos homens que não possuem espermatozoides

#Pracegover Foto: na imagem há um homem e uma mulher
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De acordo com estatísticas mundiais, 15% dos casais que almejam engravidar não conseguem. Conforme um levantamento feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS), 30% dos casos, os homens são responsáveis pela infertilidade.

O médico urologista do Complexo Médico Provida de Tubarão, Daniel Albrecht Iser, conta que a infertilidade conjugal pode ser suspeitada quando um casal mantém relações sexuais com regularidade, sem proteção contraceptiva por 1 ano, e não consegue engravidar. Nestas situações o casal deve ser investigado, pois as estatísticas mostram que em 40% dos casos o problema é tanto na mulher quanto no homem, e em 30% somente da mulher e 30% somente do homem.

Segundo o profissional de medicina, a infertilidade masculina pode ocorrer em qualquer idade, mas quanto mais velho for o homem, a probabilidade de a causa da infertilidade ser masculina aumenta ano a ano. Ele pontua que principalmente após os 40 anos. “Vários motivos podem estar relacionados com essa situação. Entre eles, a maior incidência de doenças crônicas, como diabetes e doenças vasculares, e o estresse oxidativo que pressiona o DNA Espermático prejudicando a capacidade de fertilização e formação do embrião”, explica.

Questionado sobre a possibilidade de associar a disfunção erétil à infertilidade e quando um homem é diagnosticado com o problema, o profissional destaca que não há uma relação direta neste caso. Porém a disfunção erétil está fortemente relacionada as doenças metabólicas e vasculares, que aumentam com a idade e interferem também com fertilidade masculina.

Ele expõe que alguns exames podem ser feitos para verificar a fertilidade do homem. “O exame utilizado rotineiramente é o espermograma, porém, devemos atentar para a qualidade heterogenea dos testes oferecidos por diferentes laboratórios. Além disso, é um exame que apresenta restrições por representar apenas o momento daquela ejaculação, portanto, um único exame de espermograma não permite definir a fertilidade a médio/longo prazo do homem. É necessário uma avaliação clínica e laboratorial completa conduzida por médico com experiência na condução de casos de infertilidade conjugal, pois mesmo um exame normal não permite definir que o homem é fértil”, constata.

Sobre quais doenças podem afetar a fertilidade masculina, o médico urologista expica que muitas enfermidades impactam a fertilidade masculina. “Entre as principais, temos problemas da infância como criptorquidia (testículo que não desceu para a bolsa escrotal) ou orquites (inflamação do testículo por caxumba, por exemplo). Assim como infecções sexualmente transmissíveis, inflamações na próstata, varizes na bolsa escrotal, problemas hormonais, doenças crônicas como diabetes e doenças cardiovasculares, cirurgias prévias em coluna vertebral ou intra-abdominais, até doenças genéticas ocultas”, assegura.

Ele também afirma que vários medicamentos podem impactar na capacidade fértil masculina. Entre os principais, os quimioterápicos para tratamento de câncer e com tratamentos hormonais com introdução exógena de diversos tipos de testosterona. Há muitos pacientes que após algum tempo apresentam parada da produção de espermatozoides, que pode não ser reversível.

De acordo com doutor Daniel, a infertilidade masculina pode ser evitada. Como, por exemplo, com a manutenção de hábitos adequados de alimentação, ingestão hídrica e atividade física contribuem para uma fertilidade adequada. Além de evitar hábitos nocivos como o uso de drogas, cigarro, maconha e outras ilícitas, além de ingestão excessiva de álcool.

A saúde fértil é diretamente relacionada a saúde geral do homem. Sobre a maneira que infertilidade masculina é tratada, o profissional cita que há inúmeros tratamentos, nos quais visam-se o controle das possíveis causas identificáveis, como, por exemplo, cirurgia para correção de varicocele, controle adequado das condições crônicas associadas, além de mudanças no estilo de vida e o estimulo medicamentoso, para melhorar a quantidade e a qualidade do espermatozoide são utilizados e individualizados caso a caso. “Em cerca de 20% dos casos a investigação especializada não consegue identificar uma causa direta e não há melhora da capacidade fértil com os tratamentos gerais. Nestes casos, a biopsia testicular com técnicas de microdissecção dos testículos para procura direta de espermatozoides viáveis dentro do testículo se faz necessária, para poder permitir que técnicas de fertilização invitro possam ser realizadas na busca de gerar a tão esperada gravidez”, finaliza.

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