Toda forma de amor: é preciso aceitar as diferenças

O Dia dos Namorados no Brasil é comemorado dia 12 de junho, e mesmo não considerado feriado, é tradicionalmente muito esperado. Os casais aproveitam para demonstrar todo afeto e dedicação compartilhados entre ambos, geralmente trocando declarações de amor, presentes, surpresas e outras formas criativas de aproveitar a ocasião.

O amor vai muito além de definições sociais, cor, gênero, estereótipo e, principalmente, do ódio. Em tempos de intolerância, alguns relacionamentos são cercados por ignorância, preconceitos e estigmas. Neste Dia dos Namorados, o casal Pethyne Alves Ouriques, a Pethyne Noir e Tairony Reis, que já enfrentaram diversas batalhas, asseguram que para viver o amor é preciso aceitar as diferenças.

Pethyne, é uma mulher trans e há quase 4 anos, namora Thairony, um homem cis. Para ela, o amor se ressignifica a cada dia. Nesta data, ela conta para os leitores do Notisul como conheceu o namorado em setembro de 2016, em um passeio com os amigos. “Neste encontro nos tornamos amigos, tiramos fotos, rimos e conversamos bastante. Pouco tempo depois eu já estava apaixonada e acreditava ser impossível viver esse amor. Ele namorou algumas amigas minhas, frequentávamos um a casa do outro e ele dormia como amigo na minha casa. Com essa proximidade começou a ficar inevitável”, assegura.

Em um passeio, Pethyne, tentou uma aproximação e pediu um ‘selinho’, o que foi negado pelo jovem. Mais tarde ele aceitou o pedido. “Falei que o amava. Mas ele disse que éramos somente amigos e amava a namorada. Não demorou muito tempo para o Tayrone terminar o namoro e começamos a ‘ficar’ escondidos. Porém, não era um compromisso porque ele ficava com outras meninas na minha frente e isso me abalava. Não queria se envolver e pedia para esquecê-lo”, lembra.

Ela conta que após nove meses os dois assumiram o relacionamento que só iniciou por ‘insistência’ de Pethyne. “Fui muito insistente e disse por muitas vezes que poderíamos dar certo e que seríamos um belo casal. Expliquei que ele não deixaria de ser homem por se relacionar com uma mulher trans. Nossos amigos em comum e nossos familiares nos apoiaram. O pai dele foi um grande incentivador. Hoje temos muito orgulho se sermos um casal”, pontua.

Pethyne, que é cantora destaca que o casal considera que o amor é conviver e transformar os problemas em conquistas cotidianas, enfrentar juntos. “Acredito que é isso que tem mantido o nosso relacionamento firme e tem feito com que sigamos em frente”, finaliza.