Terminal da União pode ser transferido para o Estado

Prefeito foi a Florianópolis pedir apoio do governo na execução da proposta.

Laguna

Com um terminal pesqueiro que considera como “ocioso”, o prefeito Mauro Candemil se inspira no bem-sucedido exemplo do porto de Imbituba para tentar reverter a situação de Laguna. Transferido do governo federal para o Estado, o porto da cidade vizinha é hoje administrado pela SC Participações e Parcerias S.A (SC Par), uma empresa criada pelo próprio governo estadual com a tarefa de explorar rodovias, portos, aeroportos, entre outros bens de infraestrutura logística.

De dezembro de 2012, quando a SC Par assumiu a gestão do porto, até o ano passado, por exemplo, houve crescimento de 133% na movimentação de cargas. De olho em números positivos como este, Candemil esteve ontem em Florianópolis para uma audiência com o governador Raimundo Colombo e o vice Eduardo Moreira. Entre os assuntos, a possibilidade de a SC Par também incorporar a administração do terminal de Laguna.

As discussões ainda estão no início, e o prefeito admite que deve demorar até a conclusão das negociações. Candemil diz que, ainda em maio de 2016, quando abriu mão do cargo de secretário na Agência de Desenvolvimento Regional de Laguna para concorrer à prefeitura, já havia protocolado pedido semelhante. “O governador foi bastante receptivo e tem interesse na proposta”, afirma ele, sobre a reunião de ontem.

Dias atrás, o prefeito esteve também em Brasília tratando do assunto com senadores e deputados federais. Hoje, o porto é controlado pela Codesp. Ainda neste mês, acompanhado do administrador do terminal, Evandro Almeida, Candemil deve ir a Santos (SP) visitar a sede da companhia. Ele quer saber o que há de proposta para Laguna. “A Codesp não investe nada”, reclama.

Estudo recomenda reformas orçadas em R$ 50 milhões
Segundo o prefeito, o terminal pesqueiro está quase parado. Ele diz que nem mesmo a fábrica de gelo hoje funciona. “Embarcações maiores não entram. Estamos fazendo uma mobilização para que ele volte a funcionar”, garante.

Um estudo feito em parceria entre a SC Par e a UFSC concluiu que o porto precisa de R$ 50 milhões em adaptações e reformas. Uma das ações recomendadas é dinamitar uma laje que existe no fundo das águas, na entrada do canal da barra. Para as obras saírem do papel, os recursos teriam de ser divididos entre Estado e governo federal.