Ter um cachorro reduz em 24% o risco de morte, diz estudo

A convivência entre cães e seres humanos já se provou benéfica de inúmeras formas. Recentemente, um novo estudo e uma metanálise reforçaram essa ideia ao mostrar que pacientes que sofreram um ataque cardíaco ou um AVC podem viver por mais tempo e com uma qualidade de vida melhor com a companhia de um cachorro.

Os cientistas chegaram à conclusão de que ter um cachorro reduz em 24% o risco de morte por qualquer causa e em 31% as chances de falecer por conta de um ataque cardíaco em comparação às pessoas que não possuem um cão.

Mais que isso: as análises mostraram ainda que, entre sobreviventes de ataque cardíaco que vivem sozinhos, a redução do risco de morte é de 33%. Entre os sobreviventes de AVC que vivem sozinhos, esse número é de 27%. 

O estudo e a metanálise foram publicados no periódico Circulation: Cardiovascular Quality and Outcomes, da American Heart Association. A entidade afirmou, em comunicado, que as descobertas corroboram as conclusões da própria associação que, em 2013, já havia declarado em um artigo como a convivência com um cão pode reduzir os riscos de doenças cardiovasculares.

Como os estudos foram feitos 

A primeira pesquisa foi realizada por cientistas da Uppsala University, na Suécia, e da Stanford School of Medicine, nos EUA; 

Eles utilizaram dados do Swedish National Patient Register para obter informações de suecos entre 40 e 85 anos que tiveram um ataque cardíaco ou um AVC entre janeiro de 2001 e dezembro de 2012;

Os dados foram cruzados com registros de cães do Swedish Kennel Club e Swedish Board of Agriculture;

Eles consideraram fatores como idade, outros problemas de saúde, estado civil, a presença ou não de crianças em casa e renda;

O resultado foi que o risco de morte por ataque cardíaco em pacientes vivendo sozinhos após a hospitalização foi 33% menor. Entre os pacientes vivendo com um parceiro ou filho, esse valor foi de 15%; 

Já o risco de morte por AVC em pacientes em pacientes vivendo sozinhos após a hospitalização foi 27% menor. Entre os pacientes vivendo com um parceiro ou filho, esse valor foi de 12%; 

O segundo estudo é uma metanálise realizada por médicos da Universidade de Toronto e do Mount Sinai Hospital;

Eles revisaram informações de mais de 3.8 milhões de pacientes em 10 pesquisas; 

Dos 10 estudos revisados, nove comparavam os riscos de morte por qualquer causa entre tutores e não-tutores de cães, enquanto quatro deles comparavam resultados sobre a saúde cardiovascular entre tutores e não-tutores; 

Os pesquisadores então concluíram que ter um cão reduzia em 24% os riscos de morte por qualquer causa; em 65% o risco de morte após um ataque cardíaco; e em 31% o risco de morte por qualquer doença cardiovascular. 

Por que isso é importante?

Embora os estudos não provem que adotar um cachorro reduz a mortalidade e leva a uma vida mais duradoura, os cientistas acreditam que as análises dão sinais claros de que isso pode de fato ser verdade. 

Os pesquisadores acreditam que a chave está na companhia do animal, já que solidão e estilo de vida sedentário são fatores de risco para uma morte prematura. Cachorros são excelentes motivadores para que seus donos saiam de casa e façam caminhadas com eles, além de estimular a interação social com outros seres humanos.

Além disso, estudos anteriores já mostraram que a interação com cães libera nos humanos a oxitocina, hormônio ligado à sensação de conexão e bem-estar, e ajuda a reduzir os níveis de cortisol, substância liberada quando estamos estressados e que tem impacto negativo na saúde cardiovascular.

O próximo passo, de acordo com os médicos, é avaliar a saúde cardiovascular antes e depois de adotar um cão e os benefícios sociais e psicológicos de se ter um cachorro.