Suspeita de favorecimento suspende concurso público

Priscila Loch
Braço do Norte

Uma decisão judicial resultou na suspensão das provas do concurso público da prefeitura de Braço do Norte, que seriam aplicadas na manhã de ontem. A notícia pegou de surpresa os mais de dois mil candidatos e a organização, de responsabilidade da Fundação de Apoio à Educação, Pesquisa e Extensão da Unisul (Faepesul). Algumas pessoas foram avisadas a tempo, outras souberam do cancelamento apenas nos locais de prova.

A ação cautelar visando a suspensão foi impetrada pelo promotor Fred Anderson Vicente, da comarca de Braço do Norte. A decisão é provisória, e o secretário executivo da Faepesul, Carlos Alberto Nogueira de Sá, acredita que o concurso possa ter continuidade em duas semanas.

“O juiz da comarca disse que não havia ilegalidade ou irregularidade. Do dia 8 de janeiro até as vésperas da realização da prova, nenhum candidato buscou junto à promotoria questionamentos para impedir a realização do concurso público. Não estamos pedindo respeito à Faepesul, mas sim aos 2266 candidatos, oriundos de mais de 60 cidades catarinenses e de sete estados brasileiros”, declara o secretário executivo.
O promotor listou uma série de irregularidades no edital do concurso.

Entre elas, a não previsão para fechamento final das médias e pesos das provas para a classificação dos candidatos, critério de desempate sem observar o Estatuto do Idoso, falta de prazo para os candidatos entrarem com recurso. “Alguns critérios utilizados para determinados cargos iriam favorecer os comissionados”, avalia Fred.
Na cidade, inclusive, há alguns dias comenta-se que algumas pessoas indicadas já tinham a aprovação no concurso garantida, independente da realização das provas.