Sling: Bebê morre sufocado e mãe não percebe

Os sling – uma espécie de tipoia de tecido que permite amarrar a criança ao corpo do cuidador – caiu no gosto dos país do mundo inteiro. Afinal, além do aconchego do colinho, ele permite que quem está carregando a criança fique com os braços livres.

Segundo o pediatra Daniel Becker, do Instituto de Pediatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o acessório ainda ajuda a aliviar as cólicas e previne a plagiocefalia – também conhecida por cabeça achatada, já que o bebê não fica deitado na mesma posição o tempo todo.

Mas é preciso usar com cuidado!! Recentemente, uma mãe australiana, de 36 anos, que carregava seu bebê de apenas três semanas no sling, viveu um verdadeiro pesadelo. Ao chegar no Centro de Saúde Comunitária de Long Jetty para uma consulta pós-natal, ela desembrulhou o bebê e o entregou a uma enfermeira que, no mesmo instante, percebeu que a criança não estava respirando. A equipe médica executou manobras de reanimação, mas, infelizmente, sem sucesso.

Uma amiga disse ao The Daily Telegraph que a mãe, que tem outros dois filhos, estava “totalmente inconsolável”. “É um momento terrivelmente difícil para ela e a família. Ela está fora de si. Ela carregou o bebê adequadamente de frente para ela na tipóia. Ela é uma mãe de três filhos, totalmente dedicada aos filhos, eles são o mundo dela”, afirmou.

Alerta aos Pais!

A polícia não considera a morte suspeita. No entanto, desde 2010, outros 3 bebês australianos morreram enquanto eram carregados em slings, levando os médicos a emitir alertas regularmente aos pais. Segundo eles, normalmente, o que acontece é que o queixo do bebê é pressionado contra o próprio peito da criança, causando o sufocamento.

“No sling, a criança fica em uma posição ‘de rã’, com as pernas abertas em um ângulo de aproximadamente 45° em relação ao eixo corporal. E o quadril fica flexionado fazendo com que os joelhos fiquem um pouco acima do bumbum. Essa é a posição ideal”, recomenda o pediatra Marcelo Reibscheid, do Hospital e Maternidade São Luiz Itaim, em São Paulo.

Em resposta ao trágico incidente, a Red Nose Australia – uma instituição de caridade que apoia familiares afetados pela Morte Súbita Infantil (SIDs) – recomenda que os pais evitem usar o acessório até que seu bebê tenha pelo menos 4 meses.

Após essa idade, é importante seguir as seguintes recomendações:

– Mantenha o sling apertado, pois qualquer folga permitirá que o bebê caia;

– O tecido nunca deve fechar totalmente em torno do bebê, para que você possa verificá-lo regularmente;

– Assegure-se de que a criança esteja posicionada alta, ereta e com a cabeça apoiada. Você deve ser capaz de beijar a testa dela apenas inclinando a sua cabeça para frente;

– Seu bebê deve estar virado para cima e não para o seu corpo. Você deve poder ver o rosto dele ao olhar para baixo;

– Certifique-se de que o nariz e a boca da criança permaneçam descobertos tanto pela tipóia quanto pelo corpo;

– O queixo do bebê deve ser mantido afastado do próprio corpo;

– Caso precise curvar-se, faça-o pelos joelhos, nunca pela cintura, e use uma das mãos para apoiar as costas do bebê.

Foto: Thinkstock