Setor fumegeiro: Sindifumo diz que não pode negociar

Bertoldo Weber
Braço do Norte

As expectativas aumentaram sobre o preço praticado pelas fumageiras em relação à safra do fumo, cuja entrega já iniciou no Vale do Braço do Norte. Esta semana, uma reunião ocorrerá entre entidades representativas dos estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina com as indústrias. Os produtores pedem 19,5% de aumento. No entanto, a proposta até agora é de alta de, máximo, 5%.

Era comum a negociação ocorrer entre as entidades e o Sindicato das Indústrias de Fumo (Sindifumo). Mas, este ano, após receber a pauta de reivindicação, o Sindifumo enviou um comunicado onde dizia ser “incompetente para negociar” e informou, ainda, que neste ano as negociações ocorreriam individualmente.

Na primeira reunião da categoria, ocorrida este mês, cada empresa apresentou uma proposta às entidades representativas. Como na ocasião não houve acerto de reajuste, solicitou-se uma nova rodada de negociações. Ao que tudo indica, a produção nos três estados ficará abaixo de 600 mil toneladas.

O presidente da Associação dos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais do Rio Tubarão (Astruvale) e também do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Braço do Norte, Adriano Schueroff, explica que, apesar da menor quantidade, a região produzirá a safra de maior qualidade dos últimos anos. “A única exceção são as regiões atingidas pelo granizo. Neste caso a qualidade será inferior”, lamenta.

O presidente elenca dois pontos de análise. O primeiro é que na região e nos três estados, a maioria dos fumicultores não são independentes. O segundo fator é quanto aos produtores que possuem dívidas acumuladas com as fumageiras. Eles tentam vender a produção para outras indústrias ou intermediários e não para aquelas que possuem contrato.

“Estes dois pontos dificultam as negociações. Mas não justificam o reajuste ser tão baixo. Especialmente por faltar matéria-prima no mercado, devido à diminuição da área produzida”, contrapõe.