Série Histórias de Natal: Boas ações inspiram novos atos de solidariedade

Liliane Dias

Tubarão/Capivari de Baixo

Para a maioria das pessoas o Natal é uma época alegre e de comemorações, mas para outros é um tempo que traz lembranças dolorosas. Há também os que transformam a tristeza da perda em ações que marcarão com alegria a vida de outros. Assim, Bianca Reis, de 24 anos, resolveu agir. 

O legado de seu avô e de seu tio permanecem vivos nos corações de diversas pessoas, graças a uma decisão: continuar o trabalho antes realizado por eles. “O ano anterior foi marcado com a perda de familiares queridos e amados. Como passar o Natal sem aqueles que sempre estiveram presentes em nossa ceia? Como restabelecer a alegria do natal? Como substituir a dor por alegria? ”, questionou.

Bianca conta que as memórias felizes ligadas ao Natal são relacionadas ao seu tio Cleber, conhecido como ‘Índio’ e do avô paterno, conhecido como ‘Zequinha’. “Meu tio fazia doações e arrecadações para as crianças e famílias carentes há mais de 10 anos. sempre olhava com orgulho aquele gesto tão nobre e sincero. Já meu avô se vestia de papai Noel, com seus amigos e colegas de trabalho em carreata para distribuir balas e presentes para as crianças carentes”, relembra.

Quanto seu tio faleceu há pouco mais de dois anos, a jovem pensou em dar continuidade, mas a equipe que atuava com ele permaneceu realizando a obra. “Quando ele faleceu quis seguir o exemplo dele e criar um grupo de amigos e familiares para presentear as crianças carentes no Natal. Mas o grupo que ele participava continuou com a sua campanha e atua até hoje. Somos um grupo independente, mas acho linda a atitude e o trabalho que desenvolvem”, pontua.

Após o falecimento do seu avô, há pouco mais de um ano, por conta das realizações dele também na época de comemorações natalinas, Bianca finalmente criou o grupo de amigos da família feliz. Como coordenadora do projeto, hoje cumpre a promessa de honrar a memória dos dois e continuar seus legados. “Prometi que continuaria tudo aquilo que eles já tinham deixado. Então, reuni a família, amigos e colegas de trabalho e conseguimos fazer uma pequena carreata no ano anterior. Arrecadamos muitos presentes e balas”, alegra-se. 

Sobre o grupo

Amigos da família feliz foi fundado há pouco mais de um ano e já conta com 60 integrantes. O grupo continua crescendo, fora os contribuintes e voluntários. “Contamos com pontos de arrecadação em alguns comércios locais da cidade”, explica.

Este ano cerca de 1.4 mil crianças terão um fim de ano mais feliz graças a boa ação dos voluntários que passaram pelos bairros da Madre, São Bernardo, Guarda, Humaitá e Pantanal em Tubarão, e Caçador, Santa Lucia e comunidade Camila, em Capivari de Baixo. 

As pessoas que se sentirem tocadas e tiverem interesse em fazer parte do grupo, poderão entrar em contato com a Bianca pelo instagram @amigosdafamiliafeliz ou pelo whatsapp 48 9633-1615. 

“O grupo com o qual meu tio trabalhava continuou o legado dele. Sempre admirei. Por isso jurei que seguiria o exemplo que ele deixou e daria continuidade. Minha família estava vivendo o luto de meu avô paterno e minha avó materna. A intenção do grupo é dar alegria, inclusive, para a minha família, por meio das outras famílias. A essência é o espírito do Natal que nos deixou mais fortes para seguir nessa missão e a farei para o resto da vida”, finaliza.