Ser ferroviário é estar na linha de frente para manter o país nos trilhos

Uma das principais formas de transportar cargas no Brasil é por meio das ferrovias. Estima-se que 15% de todas as cargas que circulam no país passam pelo modal. Seja no transporte de cargas ou passageiros, em todo esse processo há um aliado indispensável para que o trabalho ocorra de forma segura e eficiente, o ferroviário. Toda essa dedicação recebeu um dia especial para comemorações, 30 de abril, o Dia do Ferroviário. A data foi escolhida justamente por ser um marco na história do país, pois no mesmo dia, em 1854, foi inaugurada a primeira linha ferroviária brasileira, a Estrada de Ferro Petrópolis.

No Sul de Santa Catarina, a Ferrovia Tereza Cristina (FTC) é a responsável pelo transporte do carvão mineral, extraído na região carbonífera, para o Complexo Termelétrico Jorge Lacerda, em Capivari de Baixo, e também de contêineres com cargas em geral para o Porto de Imbituba. Mais de 295 pessoas compõem o quadro de colaboradores e estagiários, próprios ou terceirizados, todos ferroviários, comprometidos com objetivos comuns: transportar com saúde, segurança e responsabilidade socioambiental.

E quando se fala em ferroviários, fala-se de profissionais importantes que possuem as próprias histórias, construídas ao longo de 164 km de linha férrea. O Artífice de Manutenção Elétrica na Oficina de Locomotivas da FTC, Márcio Paulo, que está na empresa há quase 17 anos é um desses exemplos. Para ele, a profissão está lado a lado com a vocação e o aperfeiçoamento. “Quem entra nessa história permanece, por que a paixão por ser ferroviário é capaz de atravessar gerações. Para mim, isso é comprovado quando um aposentado diz que é um aposentado ferroviário e nunca um ex-ferroviário. Nós, colaboradores, sentimos orgulho da profissão e carregaremos este título para sempre”, destaca o profissional.

Almir Durante de Souza, que é Agente de Estação, há quase sete anos na FTC, também compartilha desse orgulho. “Além dos grandes profissionais com quem trabalho e o prazer de estar nesta profissão, existe a vontade de melhorar a cada dia, buscar novos conhecimentos e estar em constante crescimento”, conta.

Cada ferroviário é importante para a movimentação de uma engrenagem. E é dessa forma que os colaboradores e setores se complementam. O maquinista, Edevaldo Clemência, relembra como se identificou com a profissão já nos primeiros anos de casa. “É onde comecei e cresci no trabalho, sinto prazer em trabalhar aqui. Tenho orgulho de ser ferroviário e de fazer parte de um setor tão fundamental para a sociedade”, destaca o maquinista, ferroviário há 14 anos.

Neste momento tão delicado que a sociedade enfrenta com o avanço da pandemia da Covid-19, profissionais como o Márcio Paulo, o Almir e o Edevaldo seguem dando continuidade ao transporte ferroviário de cargas, que garante ao Brasil o pleno abastecimento, seja para a geração de energia, transporte de alimentos, materiais agrícolas, de saúde e tantos outros. “Nós sabemos dos riscos que a doença traz, mas também entendemos que o nosso setor é essencial para mantermos a economia ativa. Uma paralisação poderia causar danos significativos para a nossa região. Seguimos tranquilos, com todo o cuidado recomendado para esse momento e com toda a segurança que a FTC nos proporciona”, complementa Almir.

 

Os desafios com o Covid-19

Com o avanço da pandemia do coronavírus, algumas mudanças precisaram ser implantadas, na FTC, para que as entregas realizadas pela ferrovia, sendo a principal delas o transporte de carvão mineral, usado na produção de energia elétrica que abastece a casa de milhares de catarinenses, não fossem interrompidas. Diversas medidas estão sendo executadas para garantir a proteção dos trabalhadores e seus familiares, entre elas a disponibilidade de máscaras, álcool em gel, procedimentos mais automatizados e a implantação de trabalho remoto.