Sadia e Perdigão: Negociações para a fusão avançam

Wagner da Silva
Braço do NorteAs negociações para um acordo operacional entre Sadia e Perdigão, as duas maiores empresas de alimentos industrializados de carne do país, deixa os produtores da região apreensivos. O presidente regional da Associação de Criadores Catarinense de Suínos (ACCS), Adir Engel, acredita que a região será pouco afetada.

A aliança pode ocorrer ainda hoje, com a assinatura do contrato que dará origem à maior empresa do ramo no mundo, a Brasil Foods. As tratativas iniciaram em 2006, quando a Sadia tentou comprar a Perdigão. No último ano, em que a Sadia registrou um prejuízo de R$ 777 milhões, em investimento nos derivativos – contrato que visa prevenir oscilações no mercado -, as negociações foram retomadas e uma questão de tempo para o negócio ser fechado. O objetivo da fusão é diminuir custos operacionais. Em contrapartida, poderá prejudicar o mercado suinocultor regional, formado por pequenos produtores e frigoríficos.

O presidente regional da Accs acredita que a mudança será nas exportações. “A junção deixa a empresa Brasil Foods preparada para o mercado externo e poderá abrir espaço internanmente para as empresas menores”, destaca o presidente. Adir acrescenta que o prejuízo pode ser registrado pelos integrados. “Eles perdem uma opção de venda, pois se fecharem contrato com eles, ficam submissos a uma só determinação”, analisa.

Por outro lado, a fusão poderá garantir maior mercado aos pequenos. “As empresas mais fracas devem fortalecer e explorar o mercado interno, visto que trabalham com produtos in natura que não agregam o mesmo valor como os produzidos pelas grandes”, explica Adir.

Contrato
O negócio entre a Sadia e a Perdigão só não foi assinado na última semana por uma decisão das famílias Furlan e Fontana. Elas optaram por rediscutir o contrato relacionado à venda de ativos. No primeiro trimestre deste ano, as duas empresas registraram um prejuízo líquido superior a R$ 200 milhões.