Rio está 3,5 metros acima do nível

Zahyra Mattar
Tubarão

Mesmo com tantas informações precisas, o tubaronense vê o nível do rio subir e inevitavelmente preocupa-se com possíveis inundações. A previsão, conforme o setor de clima e previsão do tempo da Epagri/Ciran, é que a chuva continue pelo menos até amanhã. Ainda que de fraca intensidade, devido à circulação marítima, o acumulado de um mês bastante chuvoso, como foi outubro, coloca o estado mais um vez em alerta. “O solo ainda está muito saturado. Está no limite. Há previsão de alagamentos e deslizamento de terra. Ainda que a chuva seja fraca, devido ao acumulado até o momento, estamos em alerta”, informa o meteorologista Marcelo Martins.

E o dia será de alerta vermelho em Tubarão. “A preocupação é sempre com a chuva que cai nos rios Santa Luzia e Laranjeiras, nas proximidades de Lauro Müller. Eles desembocam no Tubarão e podem fazer o nível aumentar. Mas o monitoramento é feito quase de hora em hora. Está tudo sob controle”, garante o engenheiro da Defesa Civil de Tubarão, Caíto dos Santos.

O aumento do volume de água, quando ocorre até três metros e meio, não gera problemas. A partir daí, até quatro metros, é sinal de alerta. De quatro metros e meio até cinco metros, já há pontos alagados. Acima disso, enchente nas áreas mais baixas. Para facilitar o entendimento, o próprio engenheiro dá um exemplo: “Digamos que está quatro metros acima e em Lauro Müller chove uma lâmina de meio metro. Esta água demora cerca de três horas para chegar na ponte do Morrotes. É este tempo que temos para agir e remover as pessoas que vivem em áreas de risco. Mas, neste momento, a situação não passa nem perto disso”, reforça. O mais preocupante é a continuidade da chuva. “Precisamos de pelo menos mais 12 horas de chuva para ocorrer qualquer problema. Pelo nosso monitoramento, isto não ocorrerá”, tranquiliza.

Chuva atrapalha o andamento das obras

Amanda Menger
Tubarão

Conferir a previsão do tempo virou uma das ‘atividades’ do secretário de obras da prefeitura de Tubarão, Anselmo de Bona Melo. E não é à toa. Com as frequentes chuvas ocorridas em setembro, outubro e neste início de mês, os trabalhos da secretaria foram prejudicados.

“Não temos como trabalhar com o solo molhado. É perda de tempo e de dinheiro. Só temos feito a manutenção das ruas de chão batido e há 550 quilômetros deste tipo de via na cidade, tanto na área urbana quanto rural. Temos patrolado uma rua em um dia e no outro a chuva estraga tudo, lá vamos nós novamente passar a máquina, senão as pessoas não conseguem se movimentar”, explica o secretário.

Entre os trabalhos que foram suspensos, está o de drenagem, pavimentação asfáltica e calçamento com lajotas. Para Anselmo, mesmo com estes percalços, o cronograma estabelecido pela prefeitura não está comprometido. “Das praticamente 50 ruas do pacote de pavimentação, já concluímos em torno de 90% das obras. A que poderia ter andado um pouco mais se não fosse a chuva é extensão da Pedro Zapellini, em Oficinas”, avalia.

Alguns pontos ainda são considerados críticos. “As encostas de morro sempre são um problema. Ainda mais quando as ruas são de chão batido. Há diversos casos assim no Fábio Silva, Cruzeiro, Congonhas e Madre”, exemplifica.
O secretário observa que as obras melhoraram as condições de tráfego na cidade. “Com as pavimentações, é preciso fazer um trabalho de drenagem, colocação de rede de água e isso resolve aos poucos o problema de alagamento das ruas. Antes, a situação de Tubarão era bem pior”, ressalva Anselmo.